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Carslberg perde US$ 2 bilhões de valor de mercado em um mês

O valor de mercado da maior fabricante de cerveja da Rússia caiu mais de US$ 2 bilhões em menos de um mês, devido a desvalorização do rublo


	Marcas de cerveja da Carlsberg: Carlsberg gera cerca de um terço de seu lucro na Rússia
 (Wikipedia)

Marcas de cerveja da Carlsberg: Carlsberg gera cerca de um terço de seu lucro na Rússia (Wikipedia)

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Da Redação

Publicado em 17 de dezembro de 2014 às 21h06.

Copenhague - Enquanto a Carlsberg A/S avalia sua política para se defender das perdas do rublo, o valor de mercado da empresa caiu mais de US$ 2 bilhões em menos de um mês.

As ações da empresa dinamarquesa, que é a maior fabricante de cerveja da Rússia, haviam caído 15 por cento neste mês até ontem, dando a ela uma capitalização de mercado de 70 bilhões de coroas (US$ 12 bilhões). Trevor Stirling, da Sanford C Bernstein, diz que a queda “se deve inteiramente à desvalorização do rublo”. No mesmo período, a moeda da Rússia perdeu 27 por cento de seu valor em relação ao euro.

A Carlsberg agora está reavaliando sua política de não recorrer a contratos de cobertura cambial. “Estamos avaliando nossos esforços de forma contínua para que possamos tomar as decisões corretas”, disse o diretor financeiro da empresa, Joern P. Jensen, ontem, em resposta por e-mail a perguntas.

A Carlsberg gera cerca de um terço de seu lucro na Rússia. Após entregar o pior desempenho acionário do ano entre as quatro maiores ações de cervejarias do mundo, a Carlsberg está buscando formas de suavizar o impacto causado pela queda do rublo sobre suas empresas, disse Jensen. O declínio de 45 por cento do rublo em relação ao euro neste ano é o pior de todas as moedas monitoradas pela Bloomberg.

“Estamos constantemente tentando reduzir o risco”, disse Jensen. “Estamos terceirizando localmente, estocando insumos, assinando contratos de longo prazo de aquisição e financiamento. No caso da Rússia, estamos terceirizando e produzindo localmente para minimizar o risco da transação”.

"Caro demais"

Em fevereiro, Jensen dizia que estocar era “caro demais” para que a Carlsberg avaliasse a possibilidade, considerando os riscos.

Na Rússia, as autoridades estão indo aos extremos para resgatar a moeda. Mas nem mesmo uma decisão surpresa do Banco Central da Rússia, nesta semana, para levar sua taxa básica de 10,5 por cento para 17 por cento foi suficiente para acabar com a corrida para venda. A mudança emergencial na taxa veio após a maior queda do rublo nos últimos 16 anos.

Joergen Buhl Rasmussen, CEO da Carlsberg, disse no dia 11 de dezembro que o mercado russo continua sendo “desafiador”.

“É difícil de ver uma solução no curto prazo”, disse ele, em uma apresentação a jornalistas em Copenhague. “O rublo está em baixa. Isso gera um impacto negativo”.

Receita russa

Entre as empresas não financeiras europeias, a Carlsberg é a terceira mais exposta à Rússia, com base em cálculos de receita, disse o Morgan Stanley, em março. A Oriflame Cosmetics SA é a que mais depende das vendas russas, seguida da Nokian Renkaat Oyj.

A Oriflame disse ontem que ampliará os esforços para mitigar o golpe de uma queda do rublo elevando seus preços na Rússia a um ritmo mais rápido.

As ações da Carlsberg haviam perdido 25 por cento neste ano até ontem, contra um ganho de 4,7 por cento no Stoxx 600 Consumer Goods Index, que abarca 70 empresas. As ações das três maiores concorrentes da Carlsberg, a Anheuser-Busch InBev NV, a Heineken NV e SABMiller Plc, se valorizaram no mesmo período.

Os investidores em ações agora usam o rublo como seu indicador-chave quando negociam ações da Carlsberg, disse o Alm. Brand A/S nesta semana, em uma nota a clientes. A ação cairá mais se o rublo não se estabilizar, disse o banco, repetindo sua recomendação neutra em relação à Carlsberg.

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