Margem: cada unidade dá lucro de 72 reais para a GM (Wuling/Divulgação)
Gabriel Aguiar
Publicado em 2 de agosto de 2021 às 19h01.
Última atualização em 2 de agosto de 2021 às 20h04.
O Wuling Hong Guang MINI EV é o carro elétrico mais vendido do mundo. E existe um detalhe curioso: a General Motors – dona da Chevrolet e também da marca chinesa – lucra 89 yuans por unidade. E isso dá somente 72 reais na conversão direta. Só que é na escala que a proposta faz sentido, porque, neste ano, a ideia é comercializar 400 mil unidades desse modelo (e embolsar 28,8 milhões de reais).
Considerando que a versão de entrada custa apenas 28.800 yuans, ou seja, cerca de 23 mil reais, a apertada margem revelada pelo site chinês Xcar não chega a ser surpreendente. Mas ainda existe outra forma de ganhar dinheiro com o MINI EV, já que, todos os anos, os fabricantes são analisados pelo governo e somam pontos a cada veículo elétrico vendido (e também perdem a cada modelo a combustão).
Isso criou um mercado de créditos, que podem ser distribuídos dentro do portfólio de cada fabricante, e, em caso de saldo positivo, vendidos a outras empresas que produziram mais modelos poluentes. Sendo assim, cada unidade do MINI EV rende 3 mil yuans em pontos à Wuling e à General Motors. Em conversão direta, daria 2.393 reais. E, de acordo com a imprensa chinesa, o compacto recebe dois créditos.
Talvez pensando na facilidade de produção – afinal, somente esse modelo será responsável por metade do volume de automóveis que foram comercializados no mercado brasileiro desde janeiro –, há apenas uma motorização, com 27 cv de potência e 8,7 kgfm de torque. Para ter ideia, é (muito) menos que um Renault Kwid, com 70 cv e 9,8 kgfm. Mas a autonomia tem opções com 120 km e 170 km.
Não bastasse a velocidade máxima limitada a 100 km/h, o tamanho também entrega que a proposta do Wuling Hong Guang MINI EV é totalmente urbana. Afinal, o modelo tem 2,91 metros de comprimento; 1,49 metro de largura; 1,62 metro de altura; e só 1,94 metro de entre-eixos. E é possível escolher entre duas configurações de cabine: espaço para passageiros atrás ou 741 litros de porta-malas.
Essa nova categoria de veículos compactos tem atraído a atenção dos fabricantes no mercado chinês e também recebido incentivos do governo local. Isso porque, dependendo da cidade, a venda de carros a combustão pode levar meses, já que acontece por meio de leilão – enquanto os modelos elétricos têm benefícios fiscais, com isenção de taxas e impostos. Por isso, novas opções estão surgindo.