Carrefour: 103 minimercados saudáveis dentro das lojas (Germano Lüders/Exame)
Karin Salomão
Publicado em 1 de outubro de 2018 às 14h15.
São Paulo - O Carrefour planeja dobrar o volume de produtos orgânicos vendidos no Brasil até 2020, com o desenvolvimento de novos fornecedores e mais espaço para produtos saudáveis em suas lojas. A rede quer alcançar até 5% de orgânicos no total dos produtos vendidos nos próximos anos.
Os alimentos orgânicos são livres de transgênicos e agrotóxicos. O problema é que são mais caros do que os alimentos comuns. Noël Prioux, presidente do Carrefour Brasil, afirma que a companhia está reduzindo sua margem de lucro e diminuindo o preço para torná-los mais acessíveis.
Hoje, os orgânicos são 25% mais caros que os alimentos comuns e a meta é chegar a uma diferença de 15%. “Essa redução não deve impactar a margem total da empresa, porque vamos vender mais”, diz o executivo.
O Carrefour vende cerca de 650 produtos orgânicos no Brasil, de diversos produtores - o total de itens à venda em um supermercado, em média, é de 14 mil. A meta é dobrar o número de alimentos orgânicos até 2020.
O incentivo a produtos orgânicos faz parte do movimento Act for Food que foi lançado hoje, 1o e reúne diversas iniciativas para a sustentabilidade em todos os países em que o grupo atua.
Entre as iniciativas, estão estudos sobre o impacto da pesca nos rios brasileiros até o desenvolvimento de produtores de ovos, para a criação de galinhas fora da gaiola. Os produtos “Únicos”, com aparência fora do padrão, serão vendidos com desconto de 30%, para combater o desperdício de alimentos. Um dos projetos é a produção sustentável de bezerros no Mato Grosso - essa área deve receber investimentos de 3 milhões de euros nos próximos anos no Brasil.
Os investimentos totais com o projeto Act For Food devem ser superiores a 10 milhões de euros nos próximos anos para o Brasil, diz Prioux.
A companhia afirmou que irá investir 1,8 bilhão de reais no Brasil em 2019. O foco da rede é nos formatos de atacarejo e loja de proximidade, com abertura de 20 lojas da bandeira Atacadão.
O investimento também deverá ser direcionado para desenvolver o canal digital e a retirada em lojas de compras feitas pela internet. Até o fim deste ano, o serviço Retire de Carro deve chegar a 10 lojas em São Paulo.
O presidente acredita que, dependendo do resultado da eleição, poderá “fazer ainda mais”. Segundo ele, a confiança do mercado ficou abalada com os anos de crise, mas as empresas precisam voltar a investir para reverter o desemprego.