Carrefour, em comunicado: "os acordos (...) não contêm nenhuma estipulação que proíba discussões ou negociações" (Vanderlei Almeida/AFP)
Da Redação
Publicado em 5 de julho de 2011 às 09h39.
Paris - O grupo francês de hipermercados Carrefour afirmou nesta terça-feira em um comunicado que os acordos que vinculam seu concorrente Casino à Companhia Brasileira de Distribuição (CBD) Pão de Açúcar, da família Diniz, não tem nenhuma cláusula que proíba discussões ou negociações com terceiros.
"Os acordos - públicos - que vinculam o Casino e o grupo Diniz, relativos à companhia CBD e à holding de controle Wilkes, não contêm, que saibamos, nenhuma estipulação que proíba discussões ou negociações, e até hoje o Casino não invocou nenhuma cláusula específica que respalde suas afirmações", afirma o texto do Carrefour.
O Carrefour também garantiu que "não há intenção de hostilidade com o Casino" na aproximação para uma fusão com o grupo brasileiro.
O Casino reiterou na segunda-feira que considerava hostil e ilegal a proposta, aprovada no mesmo dia pelo conselho de administração de Carrefour, de criação de uma coempresa entre suas próprias atividades brasileiras e a CBD Pão de Açúcar.
Na segunda-feira, o Casino, acionista da CBD, anunciou ter iniciado na Câmara de Comércio Internacional (CCI) um segundo procedimento de arbitragem contra Abílio Diniz, para exigir o respeito do pacto de acionistas.
O diretor geral do Casino, Jean-Charles Naouri, viajou ao Brasil, onde se reuniu na segunda-feira a portas fechadas com o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho.
O BNDES, que tem um papel chave na operação, afirmou que só apoiará o polêmico projeto de fusão se este for "amistoso", segundo fontes próximas às negociações.
O banco concederá até 4,5 bilhões de reais (€ 2 bilhões, US$ 2,8 bilhões) para a fusão dos ativos brasileiros do Carrefour com a CBD.