Carrefour diz não precisa de parceiros no Brasil, mas está revendo todas as oportunidades de crescimento no país (Philippe Huguen/AFP)
Da Redação
Publicado em 31 de agosto de 2011 às 08h19.
Paris - O Carrefour, maior varejista da Europa, alertou nesta quarta-feira para uma queda de 15 por cento no lucro operacional deste ano, enquanto reduz preços na tentativa de recuperar participação de mercado em meio a um ambiente econômico "cada vez mais desafiador".
As ações do Carrefour, que já havia emitido quatro alertas de lucro em menos de um ano, recuavam 4 por cento nesta quarta-feira, após a companhia apresentar um inesperado prejuízo de 249 milhões de euros para o primeiro semestre, impactado por encargos de 884 milhões de euros, decorrentes principalmente de perdas com as operações na Itália.
O grupo apresentou uma queda de 22 por cento no lucro operacional de janeiro a junho, para 772 milhões de euros.
A empresa se comprometeu em melhorar sua posição competitiva, mas também indicou que esse movimento afetará os ganhos no curto prazo.
"Tomamos a decisão de priorizar a criação de valor sustentável em vez de ganhos no curto prazo", afirmou o presidente-executivo do grupo, Lars Olofsson, acrescentando que a companhia vai priorizar cortes de preços ante promoções.
Na ocasião do alerta de lucro anterior, em julho, o Carrefour afirmou ainda esperar um aumento no lucro operacional anual, embora analistas tenham cortado suas previsões para ganho entre 2,3 bilhões e 2,4 bilhões de euros, ou queda de 11 a 15 por cento.
Olofsson tem sido pressionado após apresentar, em junho de 2009, um plano de recuperação em três anos que, até o momento, resultou em poucos ganhos duradouros.
No primeiro semestre, o Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) do Carrefour caiu 40 por cento na França, onde a companhia tem 40 por cento da sua receita, e recuou 33 por cento no restante da Europa. Em contrapartida, o Ebitda cresceu 27 por cento na América Latina e 11 por cento na Ásia.
Brasil
Olofsson afirmou nesta quarta-feira que a empresa não precisa de parceiros no Brasil, mas está revendo todas as oportunidades de crescimento no país.
Ele acrescentou que a nomeação de Pierre Bouchut como diretor de mercados emergentes reflete os planos para acelerar o crescimento nessas economias.