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Carrefour anuncia aumento de investimento em comércio eletrônico

No Brasil, o grupo varejista francês pretende acelerar o formato atacarejo, com a abertura de 20 lojas Atacadão por ano

Carrefour: investimento em comércio eletrônico visa enfrentar a concorrência da Amazon (Paulo Whitaker/Reuters/Reuters)

Carrefour: investimento em comércio eletrônico visa enfrentar a concorrência da Amazon (Paulo Whitaker/Reuters/Reuters)

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Reuters

Publicado em 23 de janeiro de 2018 às 08h49.

Última atualização em 23 de janeiro de 2018 às 10h04.

Paris - O novo presidente-executivo do Carrefour prometeu reduzir custos, aumentar o investimento em comércio eletrônico para enfrentar a concorrência da Amazon e abrir o capital do Carrefour China para investidores locais, como parte do plano de impulsionar o crescimento do segundo maior varejista do mundo.

No Brasil, o grupo varejista francês pretende acelerar a expansão do modelo de lojas atacarejo, com a abertura de 20 novas lojas do Atacadãopor ano a partir de 2018, incluindo a conversão de 5 hipermercados neste ano.

O presidente-executivo do Carrefour, Alexandre Bompard, no comando apenas desde julho e encarregado de impulsionar o fluxo de caixa, prometeu investir 2,8 bilhões de euros (3,4 bilhões de dólares) no comércio digital até 2022, seis vezes o montante atual, já que o Carrefour quer se tornar mais competitivo no varejo online.

Sob pressão para aumentar o lucro, Bompard também anunciou economia de custos de 2 bilhões de euros até 2020, incluindo um plano de demissão voluntária para 2.400 funcionários em sua sede francesa.

"Devemos renovar o nosso modelo ao simplificar nossaorganização, abrindo-nos a parcerias, melhorando a nossa eficiência operacional.. e construindo um modelo eficiente de omnichannel (integração das lojas físicas e online)", disse Bompard em comunicado.

O Carrefour passou anos tentando reduzir sua dependência de hipermercados, particularmente na França, um modelo que já impulsionou seu negócio de lojas físicas, mas está sob grande pressão do comércio eletrônico em meio ao aumento de gigantes online, como a Amazon.

Ex-executivo da Fnac, Bompard revelou o plano depois que o Carrefour disse na semana passada que seu lucro operacional em 2017 poderia cair 15 por cento em meio a vendas fracas. Foi o segundo alerta de lucro em seis meses.

A rede varejista, maior do mundo depois do Wal-Mart, com mais de 380 mil funcionários, disse que buscaparticipação de mercado de 20 por cento no comércio eletrônico de alimentos na França até 2022.

Na China, o Carrefour continua a registrar prejuízo em meio a uma concorrência feroz de atores locais e um mercado online dinâmico.

Em resposta, a Bompard anunciou a possível aquisição de uma participação no Carrefour China pela gigante de internet Tencent e pelo varejista local Yonghui. O Carrefour continuaria sendo o maior acionista do Carrefour China.

O plano de cinco anos do Carrefour foi bem recebido por investidores e analistas, que queriam que o varejista avançasse no comércio eletrônico depois que adquiriu uma participação no varejista de moda online Showroomprive.com neste mês.

O Carrefour é o maior empregador do setor privado na França, onde seu desempenho fraco pesou sobre a rentabilidade do grupo e a performance de suas ações. A França responde por 44 por cento dos lucro operacional do grupo.

Almejando conquistar mais 1 milhão de clientes de produtos alimentícios frescos até 2022, o Carrefour disse que vai acelerar o crescimento em supermercados e lojas de conveniência e que vai melhorar a eficiência de seus hipermercados, inclusive reduzindo áreas de vendas. Não há previsão de fechamento de nenhum hipermercado.

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