Carrefour: o novo CEO está convencido do "grande potencial" do varejista (Andrew Caballero-Reynolds/Bloomberg)
Reuters
Publicado em 30 de agosto de 2017 às 18h09.
Última atualização em 30 de agosto de 2017 às 18h14.
Paris - O novo presidente-executivo do Carrefour, Alexandre Bompard, prometeu nesta quarta-feira impulsionar a lucratividade e o fluxo de caixa, após o segundo maior varejista do mundo ter alertado que o lucro operacional de 2017 pode cair em cerca de 12 por cento e reduzido a previsão de crescimento de vendas.
Isto ocorreu após o grupo francês ter divulgado uma queda mais acentuada que o esperado no lucro do primeiro semestre, com a competição acirrada atingindo as margens na França e com o aumento do prejuízo na Argentina.
Em seus primeiros comentários públicos desde que assumiu o cargo em 18 de julho, Bompard disse estar ciente de que enfrenta uma tarefa "extraordinariamente difícil" no Carrefour, mas que está convencido do "grande potencial" do varejista.
Os investidores querem que Bompard aumente o desempenho dos hipermercados franceses do grupo, objetivo que frustrou vários de seus antecessores em meio à concorrência online e descontos de preços de rivais, como a rede de capital privado Leclerc.
Eles também querem que ele recupere o tempo perdido na digitalização, em especial após a compra da Whole Foods pela Amazon por 13,7 bilhões de dólares, que chocou varejistas.
Em resposta, Bompard prometeu da quarta-feira que aceleraria a expansão online, "dando sangue novo" nos hipermercados franceses e simplificando a organização do grupo.
Ele disse que daria detalhes sobre seu plano de reestruturação até o fim do ano. Para economizar, no entanto, ele anunciou imediatamente que o Carrefour cortará gastos de capital em 2017 para 2,2 a 2,3 bilhões de euros, ante os 2,4 bilhões de euros previstos anteriormente.
O lucro operacional do grupo no primeiro semestre foi de 621 milhões de euros, queda de 21,5 por cento a câmbio constante. O resultado veio abaixo da estimativa de 666 milhões de pesquisa da Reuters. No câmbio atual, a queda foi de 12,1 por cento.
O Carrefour estimou que com as atuais taxas de câmbio seu lucro operacional anual recuaria em linha com o primeiro semestre. A empresa também reduziu sua meta de crescimento de vendas para 2 a 4 por cento, com o câmbio constante, ante 3 a 5 por cento anteriormente.
O Carrefour Brasil foi listado mês passado, na maior oferta inicial de ações no país em quatro anos.
No Brasil, o lucro do negócio de distribuição continuou a crescer, embora os serviços financeiros tenham sido impactados por uma mudança na regulamentação dos créditos ao consumidor, disse o grupo.