O ex-presidente do conselho da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi Carlos Ghosn, que está preso no Japão (Junko Kimura-Matsumoto/Bloomberg)
EFE
Publicado em 22 de janeiro de 2019 às 06h28.
Tóquio - O tribunal de Tóquio que está investigando o caso do ex-presidente da Nissan, o brasileiro Carlos Ghosn, rejeitou nesta terça-feira a liberdade ao empresário mediante pagamento de fiança, fazendo com que ele permaneça preso por supostas irregularidades fiscais.
É a segunda vez que o juiz rejeita o pedido, que a defesa de Ghosn apresentou na última sexta-feira após uma primeira negativa, onde o tribunal alegou o risco de fuga e destruição de provas por parte do acusado como argumentos para rejeitá-la.
A decisão do tribunal acontece no dia seguinte em que Ghosn, de 64 anos, e preso desde novembro do ano passado, se comprometesse em comunicado aceitar "qualquer condição" da Justiça japonesa para obter a liberdade pagando fiança, desde entregar seu passaporte até se abster de se comunicar com possíveis testemunhas ou se apresentar diariamente em um local determinado pela Promotoria de Tóquio.
O sistema judicial japonês permite a apresentação de tantos pedidos de fiança quanto a defesa dos acusados desejarem, embora é pouco habitual que os juízes concedam este recurso.
Os advogados de Ghosn já assumiram esta situação e acreditam que ele provavelmente permanecerá detido até o início do julgamento, o que eles acreditam que pode levar quase seis meses devido à complexidade da investigação e aos documentos em diferentes línguas.