Carlos Ghosn: Ex-presidente da Nissan nega irregularidades em sua gestão (Mandatory credit Kyodo/Reuters)
EFE
Publicado em 6 de março de 2019 às 06h12.
Última atualização em 6 de março de 2019 às 06h40.
Tóquio - O ex-presidente da Nissan Motor, o brasileiro Carlos Ghosn, deixou nesta quarta-feira a prisão após pagamento de fiança, e agora ficará em liberdade enquanto aguarda o julgamento que segue no Japão por supostas irregularidades financeiras.
Ghosn, que tinha sido preso em Tóquio no dia 19 de novembro do ano passado, saiu de um centro de detenção localizado no bairro de Kozuge às 16h32 (horário local, 4h32 de Brasília), segundo imagens divulgadas pela televisão japonesa.
Também ex-presidente da Renault e da Mitsubishi, o empresário deverá cumprir uma série de condições fixadas pela Justiça japonesa para conceder-lhe a liberdade sob o pagamento de fiança, entre elas a proibição de deixar o país.
Ghosn saiu do centro de reclusão usando óculos, boné azul e boca coberta por uma máscara, rodeado de perto por meia dúzia de seguranças.
Em seguida, entrou em uma pequena caminhonete cinza que estava estacionada na porta do presídio, enquanto que as câmeras tentavam captar o momento no meio de uma grande confusão, pois ainda não havia a confirmação que se tratava realmente de Ghosn.
Minutos depois que a caminhonete deixou o local, outros veículos, um deles com placa diplomática, deixaram o estacionamento em frente ao centro de detenção de Kozuge.
Ghosn ficou livre depois que seus advogados pagaram a fiança de 1 bilhão de ienes (cerca de US$ 8,9 milhões).
Entre outras, o executivo é acusado de supostamente ocultar milionárias compensações acordadas com a Nissan Motor e de supostamente violar a confiança da empresa por utilizar fundos da companhia para cobrir perdas financeiras pessoais.
Horas antes de ser colocado em liberdade, Ghosn, através de um comunicado divulgado por seus representantes, insistiu na sua inocência e prometeu se defende "com vigor" na Justiça japonesa.
"Sou inocente e estou totalmente comprometido em me defender vigorosamente em um julgamento justo contra acusações sem mérito e sem fundamento", afirmou Ghosn, que completará 65 anos no próximo sábado.
O brasileiro negou qualquer irregularidade da sua parte e sustenta que foi vítima de uma suposta conspiração dentro da Nissan para que perdesse suas funções.