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Cargill, Camil e Quero Alimentos disputam compra da Brasfrigo, dona da Jurema

Fabricante de conservas é posta à venda pelo Grupo BMG por cerca de 150 milhões de reais

Produtos Jurema: uma das marcas da Brasfrigo, que fatura R$ 300 milhões ao ano com venda de alimentos em conserva e atomatados

Produtos Jurema: uma das marcas da Brasfrigo, que fatura R$ 300 milhões ao ano com venda de alimentos em conserva e atomatados

Tatiana Vaz

Tatiana Vaz

Publicado em 9 de fevereiro de 2011 às 11h19.

São Paulo - Segundo apurou o site de EXAME, a Brasfrigo, uma das maiores fabricantes brasileiras de alimentos em conservas, foi posta à venda pelo Grupo BMG, seu controlador. Segundo uma fonte a par da negociação, três companhias já entraram na disputa: Camil, Cargill e Quero Alimentos. O grupo deve bater o martelo sobre a venda nos próximos dias. Os ativos da Brasfrigo estariam avaliados em 150 milhões de reais. Procurada, a Brasfrigo preferiu não se pronunciar sobre o assunto.

Entre os ativos da companhia, estão a fábrica de Luziânia, interior de Goiás. Seu valor é estimado em 90 milhões de reais. A empresa possui também duas fazendas de cerca de 10.000 hectares, avaliadas em 60 milhões de reais. Cerca de 30% dos alimentos usados na produção da companhia são provenientes das fazendas.

Dona das marcas Jurema, Jussara e Tomatino, a Brasfrigo fatura cerca de 300 milhões de reais ao ano e possui 230 itens no portfólio, em diferentes embalagens e volumes. A empresa emprega 1.200 funcionários e a estimativa é de detenha 12% do mercado de atomatados (extrato, molho, polpa e catchup) no Brasil.

Tudo ou em partes

De acordo com a fontes, a Camil Alimentos estaria interessada na compra de todos os ativos, ao contrário da Quero e da Cargill, que estão de olho apenas na fábrica. Em 2008, a Brasfrigo chegou a investir 10 milhões de dólares na modernização da unidade. "A fábrica está ótima, a empresa tem um potencial enorme de vendas", afirmou a fonte. "Mas os elevados custos da área comercial não ajudam a companhia a ter um bom retorno." Composta por 80 pessoas, o departamento commercial fica concentrado em um andar inteiro de um prédio na região da Avenida Berrini, uma das mais cobiçadas na capital paulista.

Para a fonte, ao vender seu negócio de alimentos, o Grupo BMG mostra que está disposto a se concentrar no outro ramo em que atua - o financeiro. O grupo é dono também do Banco BMG, que apresentou um lucro líquido de 151 milhões de reais no primeiro trimestre, um salto de 252% sobre o mesmo período do ano passado. Com forte atuação no mercado de crédito consignado, o Banco BMG encerrou março com uma carteira de crédito total de 20,2 bilhões de reais.

O setor de alimentos processados vive uma fase de consolidação. Recentemente, conforme antecipou o blog Mundo Agro, de EXAME, a Unilever decidiu colocar sua unidade de atomatados à venda.
 

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