Carcará: o presidente da Petrobras, Pedro Parente, justificou a decisão pela venda da área de Carcará, no pré-sal da Bacia de Santos, pelo alto custo de investimento (Dado Galdieri/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 3 de agosto de 2016 às 16h58.
Rio - O presidente da Petrobras, Pedro Parente, justificou a decisão pela venda da área de Carcará, no pré-sal da Bacia de Santos, pelo alto custo de investimento necessário para o seu desenvolvimento.
Segundo ele, como a área ainda estava em fase exploratória, seriam necessários investimentos entre US$ 12 bilhões e US$ 13 bilhões para a construção de equipamentos específicos e infraestrutura adequada para a área, considerada isolada de outros campos produtores com logística de apoio já instalada.
"Pensamos os desinvestimentos do ponto de vista de portfólio", explicou Parente, em seminário organizado pelo Bradesco.
"Quando temos um campo no mar precisamos de infraestrutura de apoio dividida entre campos próximos. Teríamos um custo com essa infraestrutura que não temos hoje, por exemplo, não temos gasoduto. Quando olhamos essas características que exigiria entre US$ 12 bilhões e US$ 13 bilhões de investimento, decidimos pelo desinvestimento", completou.
Parente indicou que a área de Carcará demandaria a construção de um novo gasoduto para escoar a grande produção de gás da área, além de novos equipamentos que atendessem a condições específicas do campo, como a pressão dos poços.
A área foi vendida para a norueguesa Statoil por US$ 2,5 bilhões na última sexta-feira. Segundo Parente, a área é interessante para a empresa norueguesa pelo fato de ela ter menor portfólio de operação no País.
Em sua fala, Parente também indicou que o plano de desinvestimentos da Petrobras visa equacionar a alta dívida da companhia, gerada desde 2011.
Parente apontou como razões para o crescimento da dívida os anos em que a "política de preços esteve abaixo dos preços de mercado", além de investimentos em projetos que não geraram "nenhum retorno" para a companhia.
"Desde 2011 temos um enorme crescimento de dívida e 2/3 dela não geram um real. Esse é um peso que exige que a gente haja com muita firmeza em relação a um programa que busque a redução dessa divida a níveis bem mais palatáveis e que permita empresa cumprir seus objetivos sociais e financeiros", reforçou Parente.