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Canadense CPP amplia equipe para elevar investimentos no Brasil

Intenção deriva do plano da CPP de alinhar sua carteira à fatia de cada região no PIB global

Dólar canadense: "Não é necessariamente uma meta, mas podemos chegar lá" (foto/Thinkstock)

Dólar canadense: "Não é necessariamente uma meta, mas podemos chegar lá" (foto/Thinkstock)

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Reuters

Publicado em 27 de janeiro de 2017 às 13h58.

São Paulo - A CPPIB, gestora que aplica globalmente recursos do Canada Pension Plan (CPP), está ampliando o time de profissionais no Brasil com foco principal em investimentos em empresas no país, disse um executivo à Reuters.

"Estamos desenvolvendo uma equipe para investimento em empresas", disse o chefe para América Latina da CPP Investment Board (CPPIB), Rodolfo Spielmann, no escritório em São Paulo, onde a equipe ganhará mais dois profissionais.

Segundo o executivo, o plano de elevar investimentos no país e em outros quatro países da América Latina (Peru, México, Chile e Colômbia) deriva do plano da CPP de alinhar sua carteira à fatia de cada região no PIB global.

Com investimentos totais de 300 bilhões de dólares canadenses (cerca de 230 bilhões de dólares), o CPP tem ao redor de 3 por cento desse montante aplicado em ativos da América Latina, que representa cerca de 7 por cento do PIB global.

Por esse cálculo, a instituição teria espaço para, pelo menos, mais do que dobrar seus investimentos nominais na região, dada a tendência de expansão do portfólio nos próximo anos.

"Não é necessariamente uma meta, mas podemos chegar lá", disse Spielmann.

Os planos são parte de um movimento iniciado em 1997 na esteira de uma reforma previdenciária no Canadá, que resultou na criação do CCP, maior fundo do país e que abriga cerca de 19 milhões de cotistas.

Como parte da estratégia para atingir a meta atuarial -rentabilidade mínima necessária para um fundo de pensão conseguir pagar os benefícios de todos os cotistas - de 4 por cento ao ano acima da inflação, a CPPIB foi constituída para prospectar investimentos fora do Canadá.

No Brasil, onde abriu escritório em 2014, a instituição distribuiu a maior parte dos seus cerca de 9 bilhões de dólares canadenses em ativos latinoamericanos de infraestrutura e do setor imobiliário.

Antes disso, já vinha investindo na administradora de shopping centers Aliansce, da qual é hoje a maior investidora individual, com uma fatia de 38,2 por cento e na qual tem duas cadeiras no conselho de administração.

No ano passado, a CPPIB foi citada como parte de um consórcio que concorreu à compra da Nova Transportadora do Sudeste (NTS), posta à venda pela Petrobras, em disputa que foi vencida pelo grupo também canadense Brookfield.

No começo da semana, a Cyrela Commercial Properties anunciou acordo para transferir para a CPPIB um terço do portfólio em escritórios comerciais em troca de uma fatia do grupo canadense em galpões logísticos, além de formarem joint ventures para investimentos em escritórios comerciais no valor de até 400 milhões de dólares.

Um dos focos agora é direcionar os novos investimentos para esse modelo: comprar participação minoritária de empresas, inclusive listadas, especialmente dos setores de consumo, indústria, educação e saúde, disse Spielmann.

"Não queremos ter o controle mas adquirir uma participação relevante que nos permita ter uma cadeira no conselho", disse.

Segundo o executivo, os preços dos ativos no país, depreciados com a combinação de dois anos de recessão, desvalorização cambial e escândalos de corrupção, não mudaram os planos da CPPIB de ampliar investimentos no país.

"Os grandes problemas do Brasil estão sendo resolvidos na raiz", disse Spielmann. "Para nós, o rigor para decisão de investimento não muda."

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