Café: Camil entrou para o setor com a compra da marca de cafés Seleto. (Nacho Doce/Reuters)
Agência O Globo
Publicado em 13 de setembro de 2021 às 20h39.
Última atualização em 14 de setembro de 2021 às 10h51.
A gigante do ramo de alimentos não perecíveis Camil anunciou ao mercado na noite desta segunda-feira a aquisição da marca de cafés Seleto, até então de propriedade da JDE (Jacobs Douwe Egberts) Brasil. Os valores da transação não foram divulgados.
A compra ainda precisa ser aprovada pelo Cade (órgão antitruste brasileiro). A transação marca a entrada da Camil no ramo do café, e ocorre um mês após outro movimento similar: o da aquisição, por R$410 milhões, da fabricante de massas Santa Amália. Com o negócio, a Camil ingressou na cadeia do trigo.
A Camil hoje atua nas áreas de grãos, pescados (com a marca Coqueiro), e açúcar (é dona das marcas União, Barra, Neve e Duçula), além da recente incursão no segmento de massas.
A empresa registrou em 2020 receita de R$ 7,47 bilhões e lucro líquido de R$ 462 milhões, a operação anunciada marca a entrada da companhia nos ramos de massas, achocolatados e molhos.
A companhia já havia anunciado em agosto a intenção de atuar no ramo cafeeiro. Luciano Quartiero, presidente da Camil, já disse ao GLOBO que a empresa está interessada também em ampliar sua atuação na cadeia do trigo e poderá fazer aquisições em outros subsetores da área, como farinhas e biscoitos.
O executivo já havia dito em agosto que o setor de café tem similaridades com os de arroz, feijão, trigo e açúcar. - Faz sentido para a Camil entrar no (negócio de) café, é um mercado que como os que já atuamos tem alto giro, e possibilidade de grandes sinergias, como o uso do mesmo time de vendas e as mesmas equipes de promoção em supermercados que os segmentos em que já atuamos - disse Quartiero à época.
A JDE é uma companhia especializada em cafés e chás sediada na Holanda. No Brasil, a empresa é a dona de marcas como Pelé, Caboclo, Pilão, Café do Ponto, Damasco e L’OR.
É da marca Seleto um dos jingles publicitários mais icônicos da publicidade brasileira nos anos 1970. O produto, que chegou a ser um dos líderes de vendas, perdeu participação no mercado ao longo das décadas.
No início dos anos 2000, a marca já fazia parte do portfólio da americana Sara Lee (posteriormente Douwe Egberts). Em 2012, foi vendida ao grupo mineiro Foods Alimentos e, quatro anos depois, foi comprada pela JDE, conglomerado que resultou da fusão entre a divisão de café da Mondelez e a Douwe Egberts.
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