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Caixa: um novo estatuto para o banco de sempre?

ÀS SETE - Objetivo das novas regras é melhorar a governança do banco para protegê-lo de novos problemas com corrupção

Caixa, mais do que um braço econômico do governo, é também um braço político, que garante cargos aos aliados (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Caixa, mais do que um braço econômico do governo, é também um braço político, que garante cargos aos aliados (Antonio Cruz/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 19 de janeiro de 2018 às 06h25.

Última atualização em 19 de janeiro de 2018 às 10h00.

Pressionada após o afastamento de quatro dos seus 12 vice-presidentes, a Caixa Econômica Federal terá nesta sexta-feira uma reunião extraordinária do conselho de administração para aprovar mudanças em seu estatuto.

O objetivo das novas regras é melhorar a governança do banco para protegê-lo de novos problemas com corrupção.

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A Caixa, mais do que um braço econômico do governo para executar políticas públicas e garantir o pagamento de programas sociais, é também um braço político, que garante cargos aos aliados do governo. Atualmente, 11 das 12 vice-presidências da Caixa são ocupadas por indicados de sete partidos.

Uma investigação independente contratada pela Caixa encontrou evidências de que a disputa política por cargos no banco avançou também para outros setores, como diretorias e superintendências.

Entre as mudanças que devem ser aprovadas nesta sexta está a nomeação dos vice-presidentes, que deixará de ser uma responsabilidade do presidente da República para ser responsabilidade do conselho de administração da companhia.

Deverá haver um comitê de indicação que vai liderar a escolha dos nomes, em um processo parecido com companhias privadas.

Os candidatos terão que cumprir pré-requisitos técnicos que ainda não foram revelados.

A dúvida é se as medidas, que seguem a nova Lei das Estatais e que já vinham sendo estudadas antes do afastamento dos executivos, serão efetivas ou apenas para “inglês ver”.

Uma questão apontada por analistas é que o grupo de sete conselheiros da Caixa tem quatro indicados pelo Ministro da Fazenda, um do Ministério do Planejamento, um representante dos empregados e o próprio presidente da Caixa. A maioria, portanto, é indicada pelo governo.

“O conselho é formado em sua maioria por indicados pelo governo. Portanto ele pode acabar mandando e desmandando nesses conselheiros e com isso ser responsável pelas escolhas dos vice-presidentes da mesma forma que é hoje”, diz um analista.

Partidos do Centrão já se adiantaram ao afirmar que não abrirão mão de fazer indicações políticas para o banco.

Um dos notórios vice-presidentes recentes da Caixa, vale lembrar, é o ex-ministro Geddel Vieira Lima, dono de apartamento onde foram encontrados 51 milhões de reais. Certamente não é o tipo de gestor que o banco precisa para servir a seus clientes.

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