O enlace com a Caixa é um fio de esperança na tentativa de retomar a liderança no Brasil (Pilar Olivares/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 20 de fevereiro de 2020 às 21h10.
Última atualização em 20 de fevereiro de 2020 às 21h11.
A Caixa Econômica Federal confirmou notícia antecipada pela Coluna do Broadcast de que firmou parceria com a Visa. Trata-se do primeiro negócio fechado pelo banco público para constituir um braço de meios de pagamentos e que também será listado em bolsa. O valor do negócio não foi divulgado.
Conforme o banco, o contrato entre Caixa e Visa está em fase de aprovação e será assinado em breve.
"A parceria prevê participação preferencial da Visa na emissão de cartões de crédito e débito e outros meios de pagamento eletrônicos que são comercializados nas agências, lotéricas e correspondentes da Caixa em todo Brasil", explica o banco em fato relevante divulgado há pouco.
A Visa será a segunda bandeira de cartões do banco público. Com a parceria, terá acesso a cerca de 30% da sua base. Isso porque os outros 70% têm de ser emitidos com a marca Elo, da qual é sócio com o Bradesco e o Banco do Brasil. Ao fim de dezembro, a Caixa somava uma base de 109,3 milhões de cartões, que representaram volume financeiro de quase R$ 211 bilhões no ano passado.
Nos bastidores, o que se comenta é que a Visa pagou caro pela parceria, conforme apurou a Coluna junto a fontes de mercado. O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, disse ontem que o negócio "renderá um valor importante" para o banco. A expectativa é de que a cifra chegue na casa do bilhão.
Para a Visa, o investimento faz sentido. A gigante perdeu o posto de líder do mercado brasileiro para a rival Mastercard nos últimos anos. O enlace com a Caixa é um fio de esperança na tentativa de retomar a liderança no Brasil, o segundo maior mercado para a bandeira no mundo, atrás somente dos Estados Unidos.
A Caixa criou a subsidiária de cartões no mês passado. Para capitanear o negócio, Guimarães promoveu o até então vice-presidente de varejo do banco, Júlio Cesar Volpp Sierra. A ideia é que a Caixa Cartões contemple, além da atividade de emissão e gestão de meios de pagamentos, um parceiro de maquininhas e ainda um do ramo de fidelidade.