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Da Redação
Publicado em 3 de março de 2011 às 12h04.
São Paulo - Com impulso do programa "Minha Casa, Minha Vida", a carteira de financiamento imobiliário da Caixa Econômica Federal disparou 102 por cento em 2009, para o recorde de 47,05 bilhões de reais.
Mesmo admitindo que o banco não atingiu sua meta de financiar 400 mil imóveis dentro do programa até dezembro, o vice-presidente de governo da Caixa, Jorge Hereda, considerou o resultado bastante positivo.
"Tivemos um crescimento forte num período de contração econômica por causa dos efeitos da crise mundial", disse Hereda a jornalistas nesta quarta-feira, ao apresentar os números.
Segundo ele, o ritmo de simulações de novas contratações segue elevado em janeiro, indicando que 2010 será outro ano de recordes no setor.
Só dentro do "Minha Casa, Minha Vida", o banco diz já ter cerca de 400 mil pedidos de financiamento em análise, número que deve chegar a 1 milhão até maio.
"A meta traçada pelo presidente Lula, de financiar 1 milhão de imóveis até o final deste ano, está mantida", disse.
De acordo com Hereda, além dos subsídios governamentais do "Minha Casa, Minha Vida" --voltado para famílias com renda de até 10 salários mínimos--, outros fatores que ajudam a explicar o avanço no setor são as baixas taxas de juros, a manutenção de índices pequenos de inadimplência e a alienação fiduciária, sistema que facilita a retomada dos imóveis pelos bancos.
"A gente não corre o risco de passar por crise semelhantes às do passado, por causa da qualidade da carteira", disse.
Segundo os dados divulgados, o saldo de operações vencidas com prazo superior a 90 dias estava em 1,4 por cento da carteira em dezembro de 2009. Para Hereda, até 2 por cento de inadimplência é considerado um número administrável.
OTIMISMO COM SEGURO
Apesar do otimismo, Hereda admitiu que o "Minha Casa, Minha Vida" está encontrando dificuldades para deslanchar em algumas regiões. Em 15 Estados e no Distrito Federal, os volumes contratados até agora não chegam a 30 por cento da meta fixada para o final deste ano. No Amazonas, Ceará e Pernambuco, não chegaram a 10 por cento.
"Em alguns Estados, especialmente em regiões metropolitanas, estão sendo encontradas dificuldades para achar terrenos."
Por isso, o governo federal já estaria considerando a possibilidade de remanejar recursos de regiões em que o programa não tem decolado para as que vêm crescido de forma mais ágil. A tática poderia ser utilizada para ajudar o governo a atingir a meta de 1 milhão de residências.
"Vamos manter o projeto inicial até abril. Depois, vamos ver o que fazer", disse Hereda.