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Como uma caixa de cereal com o rosto de Barack Obama salvou o Airbnb

Brian Chesky, CEO e fundador do Airbnb, afirmou que primeiro grande aporte da startup aconteceu graças a um produto inusitado desenvolvido pelos fundadores da empresa

Barack Obama, ex-presidente dos Estados Unidos: caixa de cereal com rosto do político trouxe primeiro grande investimento do Airbnb (Bill Pugliano/Getty Images)

Barack Obama, ex-presidente dos Estados Unidos: caixa de cereal com rosto do político trouxe primeiro grande investimento do Airbnb (Bill Pugliano/Getty Images)

Maria Clara Dias
Maria Clara Dias

Repórter de Negócios e PME

Publicado em 12 de maio de 2023 às 13h53.

Última atualização em 12 de maio de 2023 às 15h21.

Não raro em empresas de sucesso, as histórias curiosas envolvendo os primeiros anos de fundação e estruturação chamam a atenção pelo ineditismo. Relatos envolvendo os esforços de fundadores para angariar os primeiros cheques de uma companhia iniciante, também. Com o Airbnb, empresa de estadia temporária, não foi diferente. Em um painel durante um evento em Stanford, o CEO e fundador do Airbnb, Brian Chesky, disse que provavelmente a startup não teria saído do papel se não fosse uma caixa de cereal.

Fato é que o Airbnb encarou alguns percalços para convencer o mercado de que a ideia de ceder imóveis residenciais para locação temporária era, realmente, uma boa ideia. Os primeiros investidores rejeitavam a narrativa, o que colocava em xeque a capacidade da empresa em ser mais do que uma simples apresentação de slides malsucedida.

Como conseguiram pivotar a empresa

Sem conseguir convencer terceiros a financiar o negócio, Chesky e seus outros dois sócios-fundadores — Joe Gebbia e Nathan Blecharczyk — recorreram à enxuta base de clientes que já utilizava a plataforma para locação de imóveis em busca de recursos para dar o próximo passo.

O pitch resumido em algumas páginas de apresentação num PowerPoint incapaz de despertar o interesse de financiadores deu lugar a uma linha de cereais vendida nas casas e apartamentos a um preço de US$ 40, dez vezes o valor cobrado pelo produto por demais fabricantes na época. O chamariz era uma caixa desenhada pessoalmente pelos fundadores e que estampava os rostos de Barack Obama e John McCain, presidenciáveis na corrida eleitoral americana de 2008.

Por que uma caixa de cereal salvou o Airbnb

A popularidade do produto, oferecido como uma alternativa de café da manhã nos imóveis do Airbnb, rendeu à startup uma receita de US$ 30 mil. Foram vendidas, ao todo, mil caixas do cereal.

O sucesso chamou a atenção do primeiro investidor potencial da empresa: Paul Graham, cofundador da aceleradora Y Combinator, uma das mais populares do Vale do Silício por onde já passaram empresas como Stripe, Rappi e Brex. 

A facilidade com que Chesky, Gebbia e Blecharczyk comercializaram um produto simples e a um preço inflado impressionou o investidor.

“Se você pode convencer as pessoas a pagar US$ 40 por caixas de cereal de US$ 4, talvez, apenas talvez, você possa convencer estranhos a viverem juntos”, disse Graham ao trio de fundadores, de acordo com Chesky.

A Y Combinator decidiu investir na empresa com um cheque de US$ 20 mil, em troca de 6% da companhia, relata a CNBC.

O investimento também atraiu uma nova leva de investidores dispostos a aportar dinheiro na empresa. Atualmente, o Airbnb vale cerca de US$ 67 bilhões , feito que talvez nunca tivesse sido alcançado sem o cereal.

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