Luciana Melo, CEO do Café Cultura: "Estamos fortes para entrar no mercado paulistano que é bem competitivo" (Café Cultura/Divulgação)
Repórter de Negócios
Publicado em 1 de outubro de 2024 às 14h45.
Última atualização em 1 de outubro de 2024 às 15h19.
Um local para ir e ficar o dia todo e apreciar cafés especiais brasileiros. Esta é proposta do Café Cultura, franquia de cafeterias que comercializa mais de 5 milhões de xícaras de café ao ano. Fundada há 20 anos em Florianópolis pela paulista Luciana Melo e o californiano Joshua Stevens, a rede abriu recentemente sua primeira loja na capital paulista, em Moema.
Com forte presença na região Sul e operações no Rio de Janeiro há quatro anos, o Café Cultura conta com 45 lojas. A expectativa é abrir dez unidades no estado de São Paulo nos próximos meses.
"Crescemos 369% nos últimos três anos com uma média de dez novas lojas por ano. Estamos fortes para entrar no mercado paulistano que é bem competitivo", diz a CEO Luciana Melo.
A companhia projeta faturamento de R$ 100 milhões para 2024. Para o próximo ano, a expectativa é acelerar o ritmo de expansão e inaugurar 25 cafeterias.
"Estamos mais maduros como franqueadora e entramos num mercado que comporta muitas lojas, por isso vamos acelerar a expansão", diz a CEO.
A entrada em São Paulo coincide com a crise da gigante Starbucks, que neste ano fechou um terço de suas lojas no país e passou a ser operada pela Zamp, dona do Burger King no Brasil.
“Existe uma lacuna no mercado. Não existe uma rede de cafeterias que represente o Brasil e existe a lacuna deixada pela Starbucks. Nós nos sentimos prontos para competir no mercado paulistano”, diz Melo.
O Brasil está longe de ser o país das cafeterias, mas o número de redes franqueadas vem crescendo. Novas marcas entraram no mercado e o número de unidades em operação aumentou.
De acordo com a Associação Brasileira de Franchising (ABF), o número de operações cresceu 32% nos últimos quatro anos no Brasil, chegando a 2420 unidades. No mesmo período, onze novas marcas entraram no mercado. As redes Mais1Café e Cheirin Bão já aparecem entre as 50 maiores franquias do país.
O consumo de cafés especiais, como o oferecido no Café Cultura, está crescendo. Segundo um estudo da consultoria Galunion, 74% dos consumidores frequentam locais com experiência focada ao redor de cafés especiais, sendo 89% da classe A, 81% da B e 64% da C.
O setor global de cafés especiais também está em alta. De acordo com a a Brainy Insights, o setor deve chegar a US$ 152,69 bilhões até 2030, com crescimento de 12,32% ao ano. Além disso, estima-se que cerca de 5% a 10% do consumo brasileiro de cafés seja de cafés especiais.
Assim como a concorrente americana, o Café Cultura tem sua própria linha de cafés, o que garantiu sustentabilidade e um importante diferencial ao negócio. No início, a cafeteria tinha dificuldade em se destacar dos demais concorrentes locais.
Desde 2009, o Café Cultura compra café verde de fazendas parceiras em Minas Gerais. Uma das principais é a Fazenda Recanto, da cidadezinha de Machado, administrada pela mesma família há sete gerações. A companhia compra o café verde e é responsável por torrar, moer, embalar e distribuir o produto final. A mudança não só derrubou os custos, mas trouxe um novo status à empresa. Anualmente 60 toneladas de café são produzidos pelo Café Cultura.
Além do café especial, as lojas oferecem um serviço mais completo que possibilita que o cliente permaneça na loja por muitas horas.
"O nosso serviço é muito diferenciado. É possível fazer reuniões, encontrar amigos ou trabalhar das nossas lojas. Oferecemos alimentação para todos os momentos do dia, inclusive happy hour", diz a CEO.