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Cade rejeitará fusão entre Kroton e Estácio, diz fonte

Segundo a fonte, os conselheiros da autarquia não aceitarão o remédio negociado entre as empresas e a relatora do caso

Kroton: votação da operação, que poderia reforçar a posição da Kroton como maior empresa de educação superior privada do Brasil, está prevista para a tarde desta quarta-feira (Germano Lüders/Exame)

Kroton: votação da operação, que poderia reforçar a posição da Kroton como maior empresa de educação superior privada do Brasil, está prevista para a tarde desta quarta-feira (Germano Lüders/Exame)

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Reuters

Publicado em 28 de junho de 2017 às 12h54.

Última atualização em 28 de junho de 2017 às 13h47.

São Paulo - O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) votará nesta quarta-feira pela reprovação da compra da Estácio Participações pela Kroton Educacional, disse à Reuters uma pessoa familiarizada com o processo.

Segundo a fonte, os conselheiros da autarquia não aceitarão o remédio negociado entre as empresas e a relatora do caso no Cade, Cristiane Alkmin, que consistia na venda de toda a área de ensino à distância (EAD) e de parte da área presencial da Anhanguera, uma unidade da Kroton, o equivalente a 260 mil alunos.

As companhias devem respeitar a decisão e não planejam recorrer, disse a fonte, acrescentando que a crise política estaria se sobrepondo a fatores técnicos.

Procuradas, Kroton e Estácio não quiseram comentar o assunto.

"É o primeiro grande caso julgado após a citação do Cade nas delações e os conselheiros querem gritar para sociedade que são honestos", afirmou a fonte, que pediu para não se identificar porque o julgamento ainda não foi concluído.

Tecnicamente, continuou a fonte, a transação após o remédio proposto pelas empresas resultaria em uma companhia com uma participação de 18 por cento no mercado de ensino superior privado. Apenas no EAD, a empresa fruto da fusão teria fatia de 35 por cento, menor que a de 38 por cento atualmente detida pela Kroton no segmento a distância, disse a fonte.

Em 21 de junho, a Reuters havia noticiado que a falta de consenso entre conselheiros do Cade criava entraves à fusão.

A Kroton travou uma acirrada disputa com outros rivais, incluindo a Ser Educacional, pela aquisição da Estácio em meados do ano passado, mas levou a briga com uma proposta de 5,5 bilhões de reais. O acordo foi aprovado por acionistas de ambas empresas e enviado ao Cade para análise em agosto de 2016.

Em 25 de abril, o fundador e presidente do conselho da Ser, José Janguiê Diniz, disse à Reuters que a empresa não descartava analisar novamente uma fusão com a Estácio, se o acordo com a Kroton fosse rejeitado pelo Cade.

Procurada nesta quarta-feira, a Ser informou que só se pronunciaria após a decisão oficial do órgão antitruste.

Às 13:09, as ações da Estácio cediam 2,1 por cento, na ponta negativa do Ibovespa, e Kroton tinha alta de 1,9 por cento.

De acordo a fonte, a Kroton tende a se concentrar em crescimento orgânico em 2017 e 2018, mas seguirá buscando oportunidades de fusões e aquisições em regiões em que ainda não atua, tendo ainda no radar a educação básica.

No Cade, a votação da operação, que poderia reforçar a posição da Kroton como maior empresa de educação superior privada do Brasil, está prevista para a parte da tarde desta quarta-feira.

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