Demissões: o Conselho afirma que recebeu uma denúncia de que a Kroton teria ordenado a demissão de 180 funcionários da Estácio no dia 8 deste mês (Germano Lüders/EXAME)
Da Redação
Publicado em 16 de setembro de 2016 às 12h37.
Brasília - O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) determinou que a Kroton e a Estácio expliquem até a próxima segunda-feira, 19, se houve demissões na Estácio antes que o órgão antitruste aprove a fusão entre os dois grupos.
Em ofício encaminhado aos advogados das companhias nesta semana, a Superintendência-Geral do Cade afirma que recebeu uma denúncia de que a Kroton teria ordenado a demissão de 180 funcionários da Estácio no dia 8 deste mês.
Por isso, o órgão antitruste quer que as empresas esclareçam se um ou mais trabalhadores foram demitidos, bem como os motivos para tal. O Cade também solicitou informações sobre qualquer demissão ou aviso prévio de funcionários do Grupo Estácio nos últimos dois meses.
O documento lembra que a recusa, omissão ou retardamento injustificado das informações ou documentos solicitados constitui infração punível com multa diária de R$ 5.000,00, que pode ser aumentada em até 20 vezes, se necessário, para garantir sua eficácia, em razão da situação econômica do infrator.
Os acionistas da Kroton e da Estácio aprovaram a fusão entre os dois grupos em assembleias realizadas no dia 15 de agosto. Para chegar ao acordo, a Kroton propôs o pagamento de R$ 420 milhões em distribuição de dividendos ao atuais acionistas da Estácio.
O negócio, que ainda depende do aval do Cade, dará origem a uma gigante da educação com 1,6 milhão de alunos, R$ 8 bilhões de faturamento e pouco mais de 20% do mercado de educação superior do País.