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Cade aprova fusão entre Sadia e Perdigão com restrições

Demais conselheiros do Cade votaram a favor do caso; relator Carlos Ragazzo manteve seu voto

Com restrições, fusão de Perdigão e Sadia é aprovada pelo Cade (Germano Luders)

Com restrições, fusão de Perdigão e Sadia é aprovada pelo Cade (Germano Luders)

Daniela Barbosa

Daniela Barbosa

Publicado em 13 de julho de 2011 às 14h35.

São Paulo - Conforme antecipado ontem (12/7) por EXAME,  a fusão entre Perdigão e Sadia foi aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), nesta quarta-feira (13/7), após um acordo entre as partes. A decisão vai contra o voto do relator do caso, Carlos Ragazzo, que, há um mês, rejeitou totalmente a operação.

Para aprovar a fusão, no entanto, o Cade impôs uma série de restrições. Entre elas, a Brasil Foods deverá suspender por um período de até 5 anos a marca Perdigão e Batavo em alguns segmentos, além da venda das marcas consideradas de combate.

De acordo com a decisão do Cade, a Brasil Foods terá que alienar cerca de 730.000 toneladas de produtos processados. O montante equivale a quase toda a produção da Perdigão para o mercado interno. Terá que se desfazer também de fábricas e centros distribuição, que representam quase 80% da capacidade de toda a marca Perdigão. Em alguns mercados, como o de carne in natura, a Perdigão suspenderá a produção pelo período de 5 anos. Já a Batavo deixará de atuar no segmento de produtos processados.

Marcas como Doriana, Light, Texa, Patitas, Rezende e Wilson serão colocadas à venda. Alguns mercados, como carne in natura, no qual a Brasil Foods detém 70% de participação de mercado, a empresa terá que vender para uma terceira empresa, que não seja a Marfrig, que detém os outros 30% do mercado. O nome da Marfrig foi explicitamente citado pelos conselheiros na sessão. Tal decisão do órgão antitruste visa evitar a alta concentração em alguns mercados.

Há cerca de um mês, Ricardo Ruiz, conselheiro do Cade, pediu vistas ao processo, após Ragazzo vetar a operação. Segundo ele, a princípio, o órgão havia proposto a venda da marca Perdigão, o que não foi aceito pela companhia. "Seria muito mais fácil resolvermos o processo dessa maneira, mas tivemos que buscar alternativas", disse Ruiz.

Além de Ruiz, os demais conselheiros do Cade que participaram do julgamento votaram a favor da união entre as duas companhias. Ragazzo, no entanto, manteve seu voto.

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