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Cade aprova compra da Kirin pela Heineken

O Cade entendeu que a operação não causa concentração maior do que 20% no mercado nacional nem maior do que 50% nos regionais

Heineken: a operação criou a segunda maior cervejaria no Brasil (foto/Divulgação)

Heineken: a operação criou a segunda maior cervejaria no Brasil (foto/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 6 de maio de 2017 às 08h39.

São Paulo e Brasília - O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou ontem a compra da Brasil Kirin pela Heineken, anunciada em fevereiro.

A operação criou a segunda maior cervejaria no Brasil. Além da marca principal, a Heineken já comercializava no Brasil os rótulos Kaiser, Bavária, Amstel, Sol, Desperados e Xingu.

Já a Brasil Kirin é dona das cervejas Devassa, Schin, Baden Baden, Cintra e Glacial. Atua no setor de refrigerantes e água mineral.

A Superintendência do Cade entendeu que a operação não causa concentração maior do que 20% no mercado nacional nem maior do que 50% nos regionais. Por isso, não gera preocupações concorrenciais.

Ao anunciar o negócio, a Heineken avaliou que a aquisição aumentaria o alcance da empresa pelo País. A empresa tinha menos unidades que a Brasil Kirin: apenas cinco cervejarias.

A Heineken pagou R$ 2,2 bilhões pela rede de 12 fábricas da concorrente, menos da metade dos cerca de R$ 6 bilhões investidos pela companhia japonesa, em 2011, para adquirir a Schincariol.

Com a Kirin, a Heineken passa a deter 19% do mercado nacional, segundo dados informados pela empresa holandesa com base em números da companhia de pesquisa Canadean.

Com isso, ela passará a ser a segunda maior cervejaria do Brasil, deixando para trás o Grupo Petrópolis, com cerca de 15%, de acordo com dados da Nielsen. Na liderança absoluta, a Ambev segue com seus mais de 65% de participação.

Além dos concorrentes Ambev e Grupo Petrópolis, a Federação Brasileira das Associações dos Distribuidores Brasil Kirin, (Febradisk) também entrou como interessada no processo.

Os distribuidores diziam temer que a transação colocasse sua atividade em risco.

A Febradisk afirma que os contratos com a Brasil Kirin obrigavam a exclusividade e citaram análises avaliando que o novo controlador poderia dispensar a rede de distribuição.

Mercado

Dados da Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia) apontam que o faturamento do setor de bebidas no Brasil teve um crescimento nominal de 7,2% em 2016, na comparação com 2015, abaixo da inflação do período.

A receita da Brasil Kirin cresceu 0,2% no ano, chegando a R$ 3,706 bilhões, segundo reportou a companhia.

No mercado global, a Heineken teve lucro líquido de ¤ 293 milhões no primeiro trimestre de 2017, 11% maior que o ganho de igual período de 2016.

Na mesma comparação, as vendas orgânicas de cerveja subiram 0,6%, impulsionadas pelos resultados na Europa e na região da Ásia e do Pacífico.

O dado de vendas surpreendeu, uma vez que analistas previam queda de 0,5% no último trimestre. A companhia obtém cerca de dois terços de seu lucro em mercados emergentes, como o Brasil.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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