Startup Enjoei: criada em 2009, abriu o capital na bolsa em novembro do ano passado e vale cerca de 3 bilhões de reais (Larissa Gomes/Divulgação)
Karin Salomão
Publicado em 19 de janeiro de 2021 às 13h00.
Última atualização em 19 de janeiro de 2021 às 13h04.
A C&A acaba de firmar uma parceria com outro brechó online para dar uma nova opção de compra e revenda de suas peças. Depois de fazer uma parceria com o brechó online Repassa, no final do ano passado, a varejista de moda se uniu ao site Enjoei para a campanha "Novo de novo", segundo fato relevante enviado ao mercado ontem, 18.
Clientes que queiram vender peças de roupas da C&A na plataforma da Enjoei podem contar com o serviço Enjoei Pro. Esse serviço faz uma curadoria das peças e se encarrega das fotos, da publicação e da logística de entrega após a venda. Para a C&A, a parceria garante uma vitrine específica dentro do Enjoei - marcas como Farm, Melissa e Forever 21 já têm essa diferenciação.
A parceria ainda prevê benefícios para todos os usuários vendedores cadastrados no Enjoei. Todos os créditos disponíveis no Enjubank, a carteira virtual do Enjoei, poderão ser usados para compras no site da rede C&A e darão direito a bônus. Com R$ 200, por exemplo, será possível obter um voucher para compras no valor de R$ 250.
O projeto em parceria com o Enjoei é mais uma alternativa da C&A para que a cliente consuma moda com impacto positivo e tenha acesso aos produtos da C&A em outras plataformas, diz a empresa.
Para Exame Research, a casa de análise de Exame, a parceria é muito benéfica para a C&A, "que ganha mais uma via de novos leads para o online e também ganha praticamente um novo centro de distribuição, dado o nível de serviço ofertado pelo Enjoei Pro", de acordo com relatório.
"Essa novidade deverá gerar bastante valor aos acionistas da C&A e por isso mantemos nossa recomendação de compra para o papel", diz Exame Research. O preço-alvo da ação é de R$ 23 para o fim deste ano, um potencial de valorização de 90% em relação ao valor de hoje R$ 12,10.
Uma das apostas das grandes varejistas é incentivar que as peças sejam usadas até o fim de sua vida útil, seja por meio de doações, reciclagem, ou pela venda em brechós — que de lojinhas de garagem viraram negócios bilionários. O mercado de moda de segunda mão, até então restrito a pequenos brechós de bairro, está maior e mais profissionalizado.
A startup Enjoei é um exemplo: criada em 2009, abriu o capital na bolsa em novembro e vale cerca de 3 bilhões de reais. A Arezzo&Co também comprou o brechó online Troc na primeira transação do fundo de venture capital do grupo, o ZZ Ventures.
Já as varejistas Renner e C&A anunciaram parcerias com a startup Repassa – que, criada em 2015 e recebendo atualmente cerca de 50.000 peças por mês para venda no site, já tinha uma parceria com a Malwee desde o ano passado.