Presidente mundial do Carrefour disse que a rede brasileira não está à venda, mas busca alternativas para crescer (Pedro Zambarda/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 15 de julho de 2011 às 09h07.
São Paulo - Desde que teve início a crise entre Casino e Pão de Açúcar, um personagem importante da história manteve-se em silêncio: Lars Olofsson, presidente mundial do Carrefour. Até agora, o varejista francês havia se manifestado apenas por meio de notas oficiais a respeito da proposta mal sucedida de fusão entre Pão de Açúcar e Carrefour no Brasil. Ontem, o executivo respondeu por e-mail a uma série de perguntas do jornal O Estado de S. Paulo.
Em entrevista exclusiva, o executivo explica por que considerou vantajosa a proposta de fusão, afirma que a operação local não está à venda, mas diz que está atento a oportunidades de parcerias e aquisições.
Questionado sobre os planos do Carrefour no Brasil, Olofsson disse que "nosso plano é continuar a crescer no Brasil, em linha com a estratégia que apresentei em 2009. O Brasil é estratégico para o Carrefour e ultrapassou a Espanha como segundo maior mercado no primeiro trimestre. Um forte crescimento econômico, a ascensão da classe média e o acesso ao crédito fizeram do Brasil um dos mercados em que o varejo mais cresce no mundo. E, assim como fez ao comprar o Atacadão (rede adquirida em 2007), o Carrefour está sempre buscando oportunidades de crescimento no País, seja de forma orgânica ou por aquisições e parcerias".
Quando perguntado se o Carrefour desistiu de uma possível associação com o Pão de Açúcar ou essa ainda é uma opção, afirmou que "hoje, as condições necessárias para finalizar o projeto não foram alcançadas".
Além disso, sobre relatórios de diversos bancos e consultorias mostrando que a fusão entre Carrefour e Pão de Açúcar não é um bom negócio, Olofsson disse acreditar que essa análise é "errônea e não é objetiva". E acrescentou: "Eu só posso comentar o projeto proposto pela Gama, e minha análise é completamente diferente. Na nossa visão, esse projeto apresenta claras vantagens para todos os envolvidos e acionistas. Vários consultores e observadores independentes, muitos deles analistas, destacaram as importantes sinergias resultantes dessa fusão, estimadas entre 600 milhões e 800 milhões. Outro ponto importante: ao contrário do que é dito, o formato de hipermercado tem grande potencial. Por fim, as duas companhias são muito complementares: o Carrefour tem grande presença em hipermercados e hipermercados de baixo custo e a CBD é forte em supermercados e categorias de 'não alimentos'. Como você pode ver, nossa análise é radicalmente diferente".
Sobre negociações do Carrefour no Brasil com o Walmart, Olofsson afirmou que "o Carrefour Brasil não está à venda! Pelo contrário, está no centro da nossa estratégia de crescimento", acrescentando que o grupo irá "estudar todas as oportunidades de crescimento para continuar nossa expansão no Brasil". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.