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Burger King ameaça fechar franquias alemãs por má higiene

Denúncias envolvem refrigeração inadequada de alimentos e descumprimento de normas trabalhistas


	Burger King: denúncias envolvem refrigeração inadequada de alimentos e descumprimento de normas trabalhistas
 (©AFP / Robyn Beck)

Burger King: denúncias envolvem refrigeração inadequada de alimentos e descumprimento de normas trabalhistas (©AFP / Robyn Beck)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 24 de novembro de 2014 às 16h50.

São Paulo - A rede de fast food Burger King anunciou que irá terminar o contrato com 89 franquias alemãs, por causa de denúncias de higiene precária e condições de trabalho ruins.

O anúncio foi feito no dia 19, mas a holding de franquias Yi-Ko, que gerencia essas lojas, disse que continuará operando até que os estoques de comida se esgotem.

A decisão afeta 89 franquias, todas de propriedade de Yi-Ko, que empregam quase três mil funcionários. A Alemanha tem quase 700 franquias da rede americana, e as restantes não serão afetadas.

A “decisão difícil, mas necessária, foi tomada depois de Yi-Ko repetidamente falhar em observar condições fixadas contratualmente para os 3 mil funcionários dos restaurantes”, disse a rede em nota.

No entanto, a maioria dos restaurantes acusados ainda estava aberta. A partir do dia 21 de novembro, elas deixariam de ser abastecidas com mercadorias, disse um porta-voz do Burger King, em Munique, ao jornal Bild. Os estoques devem durar apenas mais alguns dias.

Em liminar, o tribunal de Munique determinou que as lojas fossem proibidas de usar a marca Burger King, caso continuassem abertas. 

Isso não significa fechamento imediato, mas sim que as 89 unidades devem remover qualquer identidade visual da rede de fast food, bem como entregar os uniformes de funcionários. “Se removerem tudo, cabe a eles decidir o que farão com o restaurante”, disse um porta-voz ao Bild.

“Burger King encerrou os contratos com o grande franqueado e justificou, entre outras coisas, a quebra de contrato. A NGG [Confederação de Alimentos, Bebidas e de Provisões] fala de funcionários que não foram pagos e empregados doentes que foram demitidos. Além disso, vários meses antes foram documentadas normas de higiene inadequadas em algumas filiais do co-proprietário Yi Ergün Yildiz”, disse a rede.

Histórico

Em maio deste ano, surgiram as primeiras denúncias de condições precárias de higiene dessas unidades. Muitas lojas foram fechadas temporariamente para melhorar os padrões de higiene e condições de trabalho, depois de uma reportagem feita pelo canal de televisão RTL.

De acordo com a reportagem, foram encontrados produtos fora do prazo de validade, mas com uma nova etiqueta. Hambúrgueres eram mantidos em ambientes sem refrigeração adequada por horas, ao invés de estarem frescos como o padrão.

Entre as outras violações denunciadas, está o fato de que funcionários usavam os mesmos uniformes para limpar banheiros e preparar alimentos.

“Depois do escândalo de higiene de maio, houve muitas melhorias. Mas desde o verão ocorreram novas violações de acordos existentes”, disse o presidente das operações alemãs do Burger King, Andreas Bork, ao jornal Bild. 

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