Negócios

Bunge defende normas mais claras no setor de etanol

A empresa avalia que o cenário para novos investimentos do setor de etanol só será mudado com regras mais claras por parte do governo


	Bunge: além da retirada gradual da Cide sobre a gasolina, a empresa vê a defasagem no preço da gasolina como outro fator de perda de competitividade
 (Clovis Ferreira/Divulgação)

Bunge: além da retirada gradual da Cide sobre a gasolina, a empresa vê a defasagem no preço da gasolina como outro fator de perda de competitividade (Clovis Ferreira/Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 22 de setembro de 2014 às 10h33.

Ribeirão Preto - O vice-presidente de Assuntos Corporativos da Bunge Brasil, ex-ministro do Planejamento Martus Tavares, avalia que o cenário para novos investimentos do setor de etanol só será mudado com regras mais claras por parte do governo.

Segundo ele, a retomada da cobrança da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre a gasolina e a monetização de créditos retidos de PIS/Cofins da indústria sucroenergética são pleitos do setor dentro de uma agenda de competitividade de curto e médio prazos e não uma agenda estrutural.

"Isso (Cide e PIS/Cofins) não muda a expectativa de investimento. O que muda o investimento são regras mais claras, como, por exemplo, para o reajuste e formação de preços da gasolina e qual o papel do etanol na matriz de combustível. Isso dá o horizonte e previsibilidade para o investimento e faz parte de uma agenda estrutural", disse Tavares. "Com isso, os investimentos retomam", completou.

Além da retirada gradual da Cide sobre a gasolina, o executivo da Bunge vê a defasagem no preço da gasolina como outro fator de perda de competitividade do etanol. "Você não pode subestimar essa questão do preço da gasolina. É uma coisa importante e não é pequena", afirmou.

Segundo o vice-presidente da Bunge, o etanol hidratado como substituto direto da gasolina sofreu com o preço do combustível fóssil mantido estável pelo governo. "Isso impacta diretamente as vendas e as receitas do setor e, portanto, é relevante", afirmou ele, que também é conselheiro da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica).

A Bunge tem oito usinas processadoras de cana-de-açúcar no Brasil, cinco delas adquiridas em 2010 na incorporação do Grupo Moema. A multinacional do setor de alimentos relata constantes prejuízos no setor em seus balanços trimestrais, apesar de ser uma das maiores processadoras de cana do País, com mais de 21 milhões de toneladas processadas de capacidade de moagem.

Tavares, no entanto, evitou comentar o desempenho da companhia e ainda se há uma pressão do comando mundial da Bunge para a saída da empresa do setor no País. "Não posso responder. A empresa permanentemente avalia os negócios, busca melhorar a eficiência e fazer o dever de casa. É um trabalho contínuo", disse. "Não posso fazer projeções e não posso falar sobre o futuro", concluiu.

Acompanhe tudo sobre:BiocombustíveisBungeCombustíveisCommoditiesEmpresasEmpresas holandesasEnergiaEtanolGoverno Dilma

Mais de Negócios

Esta empresária catarinense faz R$ 100 milhões com uma farmácia de manipulação para pets

Companhia aérea do Líbano mantém voos e é considerada a 'mais corajosa do mundo'

Martha Stewart diz que aprendeu a negociar contratos com Snoop Dogg

COP29: Lojas Renner S.A. apresenta caminhos para uma moda mais sustentável em conferência da ONU