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BTG quer turbinar ganhos emprestando dinheiro a empresas

No último trimestre, a concessão de crédito engordou as receitas da instituição em R$ 140 milhões; para o BTG, há espaço para mais


	André Esteves, CEO do BTG Pactual: banco mais do que dobrou receita com empréstimos a empresas
 (Germano Lüders/EXAME.com)

André Esteves, CEO do BTG Pactual: banco mais do que dobrou receita com empréstimos a empresas (Germano Lüders/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 7 de novembro de 2012 às 14h16.

São Paulo - Depois de levantar quase 4 bilhões de reais no mercado com sua abertura de capital, o BTG Pactual, banco de investimentos do bilionário André Esteves, turbinou a concessão de créditos a empresas. No terceiro trimestre, essa receita chegou a 140 milhões de reais contra apenas 60 milhões do ano anterior, um salto de 134%.

No acumulado no ano, já são 381 milhões de reais, ultrapassando os 327 milhões de reais entregues de janeiro a setembro pela tradicional divisão de banco de investimento, que assessora fusões, aquisições, emissões de ações e títulos de dívida das empresas.

Se o retrato de longo prazo impressiona, a comparação com o trimestre anterior dá a entender que ainda há espaço para o banco ganhar mais ao emprestar dinheiro a companhias. Isso porque a carteira de crédito corporativo subiu 16% em relação ao trimestre anterior, chegando a 26,1 bilhões de reais, mas a receita obtida com as operações permaneceu a mesma, com um ligeiro acréscimo de 0,3%.

Em teleconferência a analistas nesta quarta-feira, João Marcello Dantas, diretor de relações com investidores, explicou que o descompasso foi consequência do aumento da reserva de dinheiro para cobrir possíveis perdas com inadimplência. Mas essas provisões seriam pequenas e "claramente pontuais", da ordem de 6 a 7 milhões de reais, concentradas em setores diferentes, como agronegócio e construção civil.

"Não é nada que nos preocupe em relação à deterioração da carteira como um todo, o que não vemos como tendência de forma nenhuma", afirmou o executivo, acrescentando que o banco espera uma elevação na receita com empréstimos corporativos no quarto trimestre.


Segundo Dantas, a redução do spread verificada nas contas de grandes bancos de varejo tampouco afetará o BTG, que empresta dinheiro a clientes corporativos. "[Ele] está se mantendo nos mesmos níveis. Posso até dizer que na margem, [o spread] fica um pouco acima. Como já esperávamos, com a Selic mais baixa, a taxa nominal acaba ficando um pouco menor para o tomador", afirmou. Na prática, o BTG paga menos para captar recursos e depois disponibilizá-los às empresas.

Reforçando o azul

No trimestre, o BTG teve lucro líquido 793 milhões de reais, mais de três vezes superior aos 231 milhões embolsados em igual período de 2011. De julho a setembro, a receita do grupo chegou a 1,68 bilhão de reais, alta de 150%.

A venda da participação que o banco tinha na STR, companhia de petróleo e gás, ajudou o BTG a engordar os ganhos. No começo de julho, o banco se desfez de uma fatia de 9% na companhia por 700 milhões de reais.

A receita com tesouraria também cresceu robustos 239%, chegando a 258,1 milhões de reais - maior aumento registrado pelo banco em suas diferentes áreas de negócio. O BTG atribui o resultado ao aumento de capital advindo do IPO.

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