TIM: acionistas da Oi procuram no mercado por parceiros nessa transação (Ryan McVay/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 10 de setembro de 2014 às 12h43.
Brasília - A especulação sobre a entrada da América Móvil em possíveis negociações com a Oi na compra da TIM significa, na prática, uma tentativa de acionistas da Oi de procurar no mercado por parceiros nessa transação, atirando para todos os lados.
Segundo o presidente da Claro no Brasil, Carlos Zenteno, "o BTG está batendo em todas as portas", atrás de parceiros para o negócios, independente do resultado prático.
"Fomos contatados na América Móvil, que é nosso corporativo, pelo BTG Pactual para analisar a possibilidade. A América Móvil está aberta a qualquer oportunidade de consolidação no mercado sempre que sejam valores razoáveis", disse ele em conversa com jornalistas durante o Painel TELEBRASIL 2014 nesta terça, 9.
Segundo Zenteno, os controladores mexicanos não entraram em muitos detalhes, mas deram a entender que não foram os únicos a serem procurados pelo banco.
"Entendo que estão batendo às portas em diferentes opções de mercado, não sei se somente com operadores locais ou internacionais. Pelo que entendo foram contatados para bater em muitas portas e ter muitas opções", fala, mencionando um "roadshow para diferentes operadores".
O Banco BTG Pactual, vale lembrar, liderou o consórcio de bancos que efetuou a oferta pública de ações que deu andamento ao processo de fusão entre Oi e Portugal Telecom. Por meio de seu veículo Caravelas Fundo de Investimentos em Ações, o BTG chegou a subscrever um total de 171.362.482 ONs e 359.171.518 PNs, equivalentes a R$ 1,09 bilhão.
O que se especula é que o banco procurou diversas empresas na tentativa de levar ao mercado a ideia de que a Oi tem a liquidez suficiente para entrar em bid pela TIM. Quando perguntado se a AT&T estava entre as empresas procuradas pelo BTG, ele não confirmou – mas também não descartou.
Zenteno explica ainda que o próprio caráter de uma eventual operação de compra da TIM em conjunto com a Oi seria mais complexo do que as transações habituais na América Móvil.
"Essa situação é muito diferente do que, em algum momento, já aconteceu no mercado, com negociação direta (para a aquisição de outro player), até porque a própria regulação do Brasil é diferente", fala, comparando com negociações já realizadas em outros países pelo grupo mexicano.
Leilão
Carlos Zenteno afirma que a AMX irá decidir nos próximos dias se irá participar do leilão de 700 MHz. "Será de acordo com o prazo dado pela Anatel, na próxima semana já deverá ter essa decisão", afirmou o executivo. "Estamos fazendo as análises, os cálculos".
A Claro não descarta a importância da faixa. "Frequência baixa é sempre boa para melhorar cobertura e melhorar qualidade", afirma, chamando o leilão de "histórico" por conta da complexidade, envolvendo limpeza de espectro.
Um dos pontos citados pelo executivo é a questão da flexibilidade das obrigações. "Estamos analisando também usar os 1.800 MHz... Tudo faz parte da análise", finaliza.