Obras da usina de Belo Monte: mesmo com várias mudanças no projeto para reduzir o impacto ambiental, Belo Monte ainda gera protestos (Germano Lüders/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 4 de dezembro de 2012 às 07h20.
São Paulo - O Banco BTG Pactual SA, do bilionário Andre Esteves, está ajudando a financiar a construção de Belo Monte, um projeto de R$ 29 bilhões que enfrenta a oposição de grupos indígenas, depois que os dois maiores bancos privados do País decidiram ficar fora.
O BTG, sediado em São Paulo, vai entrar com um repasse de R$ 2 bilhões da linha de crédito de R$ 22,5 bilhões que o governo abriu para o consórcio Norte Energia SA, responsável pela construção da usina, a uma taxa de até 3 pontos percentuais acima da Taxa de Juros de Longo Prazo, hoje em 5,5 por cento, segundo um executivo do BTG que pediu anonimato por não ser autorizado a falar publicamente.
Em 2006, a chinesa Three Gorges Corp emitiu 3 bilhões de yuans (US$ 482 mi) em títulos de 20 anos para financiar a segunda maior hidrelétrica do mundo, no rio Yangtze, a uma taxa de 4,15 por cento.
Mesmo com várias mudanças no projeto desde 1980 para reduzir o impacto ambiental e com o argumento do governo de que a obra vai reduzir custos de energia e ajudar a manter o crescimento da economia, Belo Monte ainda gera protestos.
Manifestações de tribos indígenas chegaram a levar à suspensão da obra pela Justiça e a atrair a oposição de James Cameron, diretor do filme Avatar. O Itaú Unibanco Holding SA e o Banco Bradesco SA, junto com o Banco do Brasil SA, preferiram não entrar no projeto.
“É um projeto que vai ter um grande impacto ambiental no Rio Xingu e esse risco pode sair caro para quem está oferecendo crédito”, disse Henrique Kleine, analista-chefe da Magliano SA, em entrevista por telefone de São Paulo.
A assessoria de imprensa do BTG não quis fazer comentários.