Aviões da British Airways: objetivo da controladora International Consolidated Airlines Group SA é "assegurar uma posição sólida no que será uma das principais economias globais" (Peter Macdiarmid/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 10 de agosto de 2011 às 10h55.
São Paulo - A International Consolidated Airlines Group SA, controladora da British Airways e da Iberia, vê a compra da TAP-Transportes Aéreos Portugueses SGPS SA como oportunidade para aumentar sua participação nos voos entre a Europa e o Brasil, disse seu presidente, Willie Walsh.
A BA e a Iberia operam, no total, voos para quatro cidades brasileiras, enquanto a TAP voa para oito destinos no País, além de ser a líder em número de passageiros transportados entre a Europa e o Brasil.
“A TAP é particularmente interessante para nós por conta de sua malha de voos para o Brasil”, disse Walsh em entrevista ontem em São Paulo. “Olhando para a TAP, o que é muito atraente para nós é que o Brasil é um mercado estratégico. Queremos assegurar uma posição sólida no que será uma das principais economias globais no futuro.”
A situação econômica de mercados desenvolvidos como Estados Unidos e alguns países europeus é motivo de preocupação para analistas, que temem o agravamento da crise da dívida europeia e a desaceleração da recuperação americana. No Brasil, uma das principais preocupações do mercado é com a inflação, fruto da expansão da demanda, incluindo por transporte aéreo. A busca por passagens para o exterior também é influenciada pela alta de 47 por cento do real frente ao dólar desde o início de 2009.
A crise ainda não se fez sentir nos negócios das controladas da IAG, ainda que os gastos com combustíveis tenham subido 32 por cento no segundo trimestre deste ano, ante o mesmo período de 2010, segundo Walsh. De acordo com ele, a preocupação da indústria deve mudar do preço do petróleo para a economia global, à medida que piora a situação nos EUA e na Europa.
Cenário global
“Até agora nossa atividade comercial tem sido muito boa, 2011 tem sido um ano bom, melhor que 2010, mas estou preocupado com os indícios de enfraquecimento das condições econômicas”, disse ele. “Mais e mais pessoas devem se concentrar no cenário econômico global e se veremos as grandes economias, como os EUA, entrar em recessão novamente.”
Até agora, segundo o executivo, as companhias aéreas têm conseguido de alguma forma compensar os preços mais altos do petróleo e manter sua rentabilidade, ou yield. No médio ou longo prazo, a situação não será sustentável, de acordo com Walsh.
“No longo prazo, os preços dos bilhetes terão de subir para que as companhias consigam compensar os aumentos no petróleo”, disse ele.