BRF: em relação às exportações, a expectativa da BRF também é positiva (Germano Lüders/EXAME)
Da Redação
Publicado em 12 de dezembro de 2014 às 10h22.
São Paulo - A BRF espera que 2015 seja um ano de expansão em volume de vendas para a companhia tanto no mercado doméstico quanto nos mercados internacionais, afirmou na manhã desta sexta-feira, 12, o vice-presidente de Finanças e Relações com Investidores da empresa, Augusto Ribeiro Júnior.
Ele disse durante conversa com jornalistas, em São Paulo, que "2014 foi um ano de reestruturação". E continuou: "no segundo semestre deste ano já apresentamos um crescimento muito mais acelerado em todas as categorias da companhia. Para o próximo ano, a expectativa interna é ter bons resultado de crescimento em volume."
Segundo Ribeiro Júnior, a expansão do volume comercializado pela empresa de alimentos no mercado interno deverá ficar acima do observado neste ano, mesmo diante de um cenário macroeconômico mais desafiador.
Até o terceiro trimestre de 2014, o aumento médio das categorias de produtos da BRF vendidas no Brasil ficou entre 2% e 3%. Ainda de acordo com Ribeiro Júnior, o foco da companhia no País no curto e médio prazo será no pequeno varejo.
"Este foi um ano difícil para o varejo brasileiro, mas o pequeno varejo é o canal que mais cresce", disse.
Já para os mercados internacionais, a perspectiva da companhia é de um crescimento modesto. "No mercado internacional ainda não vai ser um ano robusto de crescimento de volume. A nossa estratégia é ter um crescimento seletivo, adequando a oferta à demanda", disse o executivo.
Segundo ele, a BRF mantém seus planos de expansão internacional por meio de parcerias ou de operações de fusão e aquisição. "E foco para o crescimento inorgânico da companhia no mercado internacional é a Ásia", afirmou.
Em novembro, a companhia inaugurou a sua primeira fábrica fora do Brasil, em Abu Dabi, nos Emirados Árabes. A opção de exportar o modelo de produção própria em outros países também não está descartada.
Em relação às exportações, a expectativa da BRF também é positiva. Além da crescente demanda internacional por proteínas, a queda dos preços dos grãos deve trazer ganhos de rentabilidade em 2015.
Segundo Ribeiro, os grãos (milho e soja) representam de 20% a 25% dos custos de produção de aves e suínos.
Em 2014, as exportações brasileiras de carne suína e de frango foram beneficiadas pelo embargo da Rússia aos Estados Unidos, União Europeia e Austrália.
No entanto, para o diretor global de assuntos corporativos, Marcos Jank, a atual situação econômica do mercado russo requer atenção.
"Temos que ter certa cautela, porque a Rússia é impactada pela queda dos preços do petróleo e pela desvalorização do Rublo". Segundo os executivos, já é possível ver um retração no preço das importações deste país.