BRF: processadora brasileira de alimentos registrou prejuízo maior que o esperado no terceiro trimestre (Paulo Whitaker/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 8 de novembro de 2018 às 10h08.
Última atualização em 8 de novembro de 2018 às 10h59.
A BRF registrou prejuízo líquido de R$ 812 milhões no terceiro trimestre deste ano, ante cifra positiva de R$ 138 milhões no mesmo período do ano passado. Entretanto, a perda consolidada de julho a setembro foi 44,6% menor que a de R$ 1,466 bilhão vista no segundo trimestre.
Em relatório que acompanha o demonstrativo financeiro, a companhia atribui o resultado a fatores como desempenho operacional pressionado pelo aumento do preço dos grãos e maiores despesas com vendas, despesas não recorrentes de R$ 188 milhões relacionadas à Operação Carne Fraca/Trapaça, da Polícia Federal, além de greve dos caminhoneiros e reestruturação corporativa, bem como impacto do câmbio sobre dívidas e da hiperinflação na Argentina.
Outro fator citado foi a provisão de perda de Imposto de Renda (IR) diferido sobre prejuízo fiscal da subsidiária SHB, no valor de R$ 176 milhões. De acordo com a BRF, a subsidiária será reincorporada à controladora em 31 de dezembro de 2018, para "simplificação e a otimização da estrutura societária, operacional e tributária da BRF."
O Ebitda ajustado foi de R$ 604 milhões, 35,7% menor na comparação anual, com margem de 6,9%, 3,9 pontos porcentuais inferior ao terceiro trimestre de 2017. Já em relação ao segundo trimestre, o indicador apresentou alta de 63,0%, "refletindo o melhor desempenho comercial no período, associado a uma ligeira redução no custo unitário", conforme mensagem da diretoria, que ressalta que o dado não contempla impacto dos efeitos de economia hiperinflacionária da Argentina, "uma vez que esses ajustes não afetam o caixa."
O resultado financeiro líquido foi uma despesa de R$ 507 milhões no terceiro trimestre, 44,6% maior que no mesmo intervalo do ano passado, porém 21,2% menor que a do trimestre imediatamente anterior.
O endividamento líquido totalizou R$ 16,3 bilhões, avanço de 4% ante o trimestre anterior, e a alavancagem líquida, medida pela razão entre dívida líquida e Ebitda ajustado dos últimos 12 meses, cresceu para 6,74 vezes, de 5,69 vezes no segundo trimestre.
A receita líquida ficou em R$ 8,8 bilhões, um aumento de 0,4% na relação anual. Na comparação trimestral, o aumento foi de 8,7%. "Esse crescimento reflete os maiores volumes vendidos nos Segmentos Brasil (5,6%) e Internacional (1,5%) combinado com o crescimento de 5,6% no preço médio, que foi beneficiado pelo repasse de preço nos Segmentos Brasil e Halal, aliado ao melhor mix de vendas entre produtos in natura e processados."