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BRF segue interessada em carne bovina, mesmo sem fusão com Marfrig

Produtora de frangos BRF diz que pode se engajar em fusões, parcerias estratégicas ou acordos de fornecimento de carne bovina

BRF: Dona de marcas como Sadia e Perdigão, companhia anunciou em maio que negociava fusão com a Marfrig, mas empresas desistiram da negociação (Victor Moriyama/Bloomberg)

BRF: Dona de marcas como Sadia e Perdigão, companhia anunciou em maio que negociava fusão com a Marfrig, mas empresas desistiram da negociação (Victor Moriyama/Bloomberg)

CR

Carolina Riveira

Publicado em 20 de julho de 2019 às 08h00.

Última atualização em 20 de julho de 2019 às 08h00.

A BRF continua aberta a transações que ampliem sua oferta de produtos e presença no exterior após o fim das conversas sobre uma possível fusão com a Marfrig.

A produtora de frangos pode se engajar em fusões, parcerias estratégicas ou acordos de fornecimento de longo prazo que lhe assegurem acesso a suprimentos de carne bovina, como forma de fortalecer seus negócios nas áreas de food service e alimentos processados, segundo o diretor-presidente global da companhia, Lorival Luz.

A BRF, que também produz carne suína, teria “idealmente” uma terceira proteína animal, à medida em que busca desenvolver novos produtos para o seu portfólio, afirmou Luz, em entrevista em São Paulo. A empresa não está, contudo, envolvida em nenhuma negociação, ponderou.

"[O setor de] bovinos está no mapa - a questão é como, quando", disse ele.

Conversas com a Marfrig

A BRF surpreendeu investidores no fim de maio ao revelar conversas sobre uma possível fusão com a Marfrig, maior produtora de carne bovina do mundo depois da JBS. As ações da companhia caíram com a notícia, pressionadas por questionamentos sobre a governança e o potencial de geração de valor da nova empresa diante do histórico de resultados ruins da Marfrig e as margens mais apertadas do setor.

As negociações com a Marfrig, que teriam dado à BRF uma desejada presença nos Estados Unidos, terminaram antes mesmo que os estudos sobre possíveis ganhos com sinergias fossem concluídos. Isso porque as partes não concordaram sobre como a nova companhia seria gerida, afirmou Luz. Enquanto a BRF possui uma base pulverizada de acionistas, a Marfrig é controlada pelo seu fundador, Marcos Molina.

O comando da BRF está agora totalmente dedicado a fazer com que a companhia volte ao azul em 2019, depois de registrar perdas nos últimos três anos, e reduzir a dívida líquida para menos de três vezes o Ebitda até o próximo ano, disse Luz.

Além disso, a empresa está em conversas avançadas, com mais de um agente, em busca de uma parceria para a produção de frango na Arábia Saudita, onde a BRF já ocupa uma posição dominante.

“É uma prioridade para a BRF. Gostaria de ver as negociações concluídas até o final do ano”, disse Luz.

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