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Braskem tem prejuízo de R$ 3,649 bilhões no 1º trimestre

O relatório de resultados da Braskem informa que o prejuízo ocorreu em função, principalmente, do impacto da variação cambial

Braskem: Prejuízo é 25% maior na comparação com o quarto trimestre do ano passado (Luke Sharrett/Bloomberg)

Braskem: Prejuízo é 25% maior na comparação com o quarto trimestre do ano passado (Luke Sharrett/Bloomberg)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de junho de 2020 às 07h44.

Última atualização em 3 de junho de 2020 às 16h46.

A Braskem reverteu lucro líquido atribuível aos acionistas de R$ 928 milhões no primeiro trimestre de 2019 em prejuízo de R$ 3 649 bilhões no mesmo período de 2020. O prejuízo também é 25% maior na comparação com o quarto trimestre do ano passado, quando as perdas chegaram a R$ 2,922 bilhões. Os dados foram enviados nesta quarta-feira (3) à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

O relatório de resultados informa que o prejuízo ocorreu em função, principalmente, do impacto da variação cambial no resultado financeiro da empresa, que tem dívida em moeda estrangeira, além do ciclo de baixa do setor petroquímico que sofre em todo o mundo com a queda da demanda provocada pelo novo coronavírus (covid-19). Houve no período depreciação do real frente ao dólar sobre a exposição líquida no valor de US$ 2,407 bilhões e do peso mexicano frente ao dólar sobre o saldo devedor de um mútuo da Braskem Idesa no montante de US$ 2,255 bilhões em 31 de março de 2020.

Entre janeiro e março, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) recorrente da companhia atingiu R$ 1 313 bilhão, queda de 22% em relação a R$ 1,683 bilhão registrado no mesmo período do ano passado, em função de menores spreads no mercado internacional. Na comparação com o quarto trimestre de 2019, quando chegou a R$ 993 milhões, houve alta de 32%.

Em dólar, o Ebitda recorrente da Braskem foi de US$ 294 milhões no primeiro trimestre deste ano, queda de 34% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando chegou a US$ 446 milhões também em função de menores spreads no mercado internacional. Em relação ao quarto trimestre do ano passado houve alta de 22%, explicada pelo maior volume de vendas de resinas no mercado brasileiro, de polipropileno (PP) nos Estados Unidos e Europa e de polietileno (PE) no México; e por menores despesas com vendas gerais e administrativas.

A receita líquida de vendas caiu 3% entre janeiro e março deste ano ante o mesmo período do ano passado, chegando a R$ 12,625 bilhões. Na comparação com o quarto trimestre de 2019 (R$ 12,640 bilhões) praticamente não houve alteração.

Já o resultado financeiro ficou negativo em R$ 6,254 bilhões no primeiro trimestre, ante perdas de R$ 923 milhões reportadas um ano antes. No quarto trimestre do ano passado, o resultado financeiro tinha sido negativo em R$ 923 milhões.

A alavancagem da companhia, medida pela relação dívida líquida/Ebitda em dólares, passou de 4,71x em dezembro para 5,84x ao final de março. Em março de 2019, a alavancagem da petroquímica estava em 2,09x.

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