Braskem: negociações entre Braskem e Petrobras já foram retomadas após as mudanças na estatal (Germano Lüders/EXAME)
Da Redação
Publicado em 12 de fevereiro de 2015 às 15h29.
São Paulo - A mudança no comando da Petrobras, sobretudo na diretoria de Abastecimento, praticamente elimina a possibilidade de a Braskem assinar um novo contrato de longo prazo com a estatal para fornecimento de nafta.
A possibilidade considerada mais provável, neste momento, é a assinatura de um terceiro aditivo com prazo de seis meses.
"Com uma nova diretoria, que está há poucos dias na cadeira, é difícil buscar soluções de longo prazo. O que me parece mais factível é trabalharmos com uma solução que dê a essa equipe um tempo para se familiarizar com as negociações", disse o presidente da Braskem, Carlos Fadigas, em entrevista coletiva realizada nesta quinta-feira, 12.
O atual aditivo é válido até o próximo dia 28 e as negociações entre Braskem e Petrobras já foram retomadas após as mudanças na estatal.
O discurso contrasta com as declarações dadas por Fadigas em outras oportunidades.
O executivo sempre defendeu a assinatura de contratos de longo prazo, com período mínimo de cinco anos, para garantir previsibilidade às operações da Braskem.
A petroquímica defende condições mais atrativas para as bases do último contrato de longo prazo, enquanto a Petrobras tenta repassar para a Braskem uma elevação de custos oriunda da importação do insumo.
Diante da ausência de um contrato de longo prazo, Fadigas destaca que outros projetos estão em compasso de espera.
É o caso de uma joint venture planejada com a Styrolution para a produção de especialidades estirênicas na Bahia e de um projeto da Synthos para a produção de borracha sintética no Rio Grande do Sul.
Neste segundo projeto, a Braskem seria fornecedora de matéria-prima.
Solvay
Fadigas também informou hoje que o acordo para a Braskem comprar as fábricas de PVC da Solvay Indupa no Brasil e na Argentina não existe mais após o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) vetar a aquisição.
"A operação está proibida de acontecer. Cabe à Solvay decidir se ainda é vendedora de ativos e, se for, quando os venderá e se pode fatiar (as fábricas) para vender. Este é o fim deste capítulo da história", disse.