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Braskem estuda nova fábrica nos EUA e quer ganhar o exterior

O projeto para a construção da nova unidade deve ser apresentado ao conselho de administração da empresa no fim deste ano ou no começo do próximo


	Braskem: química registrou números recordes no primeiro trimestre graças ao mercado externo
 (Divulgacao)

Braskem: química registrou números recordes no primeiro trimestre graças ao mercado externo (Divulgacao)

Luísa Melo

Luísa Melo

Publicado em 9 de maio de 2016 às 10h01.

São Paulo - Devido à demanda aquecida e ao preço favorável de insumos nos Estados Unidos, a Braskem, que já é líder no mercado de polipropileno no país, estuda a abertura de mais uma fábrica por lá.

A nova planta deve ser construída no estado do Texas, onde ficam três das cinco unidades que a brasileira possui em terras norte-americanas.

O projeto deve ser apresentado ao conselho de administração da empresa no fim deste ano ou no começo do próximo.

"A matéria-prima, o propeno, tem hoje nos Estados Unidos um custo muito competitivo em relação a outras geografias", disse o novo presidente da companhia, Fernando Musa, em coletiva com jornalistas nesta quinta-feira (5).

A compra de ativos também está no radar. "Estamos avaliando possibilidades de desgargalar plantas já existentes e de construir uma nova, mas continuamos abertos às oportunidades de aquisição", afirmou Musa.

Internacionalizar as receitas e se consolidar no mercado mundial de polímeros são objetivos antigos da Braskem.

Em 2012, 57% da produção da química era feita no Brasil e/ou direcionada ao mercado local. Neste ano, essa parcela deve ser reduzida para 49%.

Essa inversão acontecerá com o impulso do novo polo produtivo do México, que também será uma plataforma de exportação.

A companhia investiu 5,2 bilhões de dólares na construção da unidade, que fabricou no mês passado o seu primeiro lote de polietileno.

Resultado

Não por acaso, o mercado externo foi o grande responsável pelos resultados recordes apresentados pela Braskem no trimestre.

Ela teve um lucro de 747 milhões de reais, avanço de 266% ante igual período do ano passado, e um faturamento líquido de 12,17 bilhões de reais, aumento de 19% na mesma comparação.

A receita consolidada dos Estados Unidos, Europa e das exportações brasileiras (excluindo a revenda de nafta e condensado de petróleo), foi de 5 bilhões de reais, 44% da total. Desse valor, 2,5 bilhões de reais correspondem a exportações.

De janeiro a março, a empresa enviou para fora do país, 415.000 toneladas de resinas, volume 62% maior do que o registrado no primeiro trimestre de 2015.

Isso aconteceu porque o mercado doméstico encolheu 18% no período, atingindo 1,16 milhões de toneladas. A Braskem vendeu internamente 780.000 toneladas, também um volume 18% menor.

"Devido a desafios que economia brasileira tem apresentado para alguns dos nossos clientes e setores que abastecemos, fomos forçados a aumentar nosso volume de exportação. E exportar ainda mais é uma de nossas grandes prioridades", esclareceu Musa.

Para todo 2016, porém, a expectativa é de um recuo menos acentuado do mercado no país, de cerca de 7%. Segundo a companhia, o fatumento do primeiro trimestre de 2015 foi muito forte, o que faz com que os números deste começo de ano pareçam mais críticos.

Investimentos

No primeiro trimestre, a Braskem investiu 746 milhões de reais. Para o ano todo, estão previstos 3,66 bilhões de reais.

Boa parte dessa quantia (1,79 bilhão de reais, ou 49%) será destinada a eventos operacionais, como manutenção e produtividade. Cerca de 1,3 bilhão de reais será alocado na conclusão do polo no México e 537 milhões irão para projetos estratégicos.

Nesse último quesito, entra a instalação de um sistema de flexibilização que vai permitir que 15% da produção da planta de Camaçari, na Bahia, possa operar também com a matéria-prima etano, e não apenas com nafta.

Investimentos para fabricar nos Estados Unidos o polietileno de ultra-alto peso molecular (UTEC), produto 100% desenvolvido no Brasil e que pode substituir o aço e o acrílico, também entram na cota de projetos estratégicos.

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