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Braskem estuda construir nova fábrica nos EUA

O projeto teria uma capacidade superior a 300 mil toneladas anuais e poderia estar concluído ainda nesta década


	Fábrica da Braskem: a unidade seria abastecida com gás natural
 (Divulgação/Braskem)

Fábrica da Braskem: a unidade seria abastecida com gás natural (Divulgação/Braskem)

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Da Redação

Publicado em 7 de maio de 2015 às 14h59.

São Paulo - A Braskem analisa a possibilidade de construir uma nova linha de produção de polipropileno (PP) nos Estados Unidos, afirmou nesta quinta-feira, 07, o presidente Carlos Fadigas.

O projeto teria uma capacidade superior a 300 mil toneladas anuais e poderia estar concluído ainda nesta década.

A unidade seria abastecida com gás natural e, segundo Fadigas, não teria sua competitividade atrelada à relação entre gás e nafta, dado que o ritmo desse mercado tem apresentado um desempenho mais satisfatório.

"O mercado de PP nos Estados Unidos tem apresentado uma demanda crescente e estamos produzindo e vendendo mais. Por isso já fizemos uma expansão em nossa unidade do Texas e analisamos a possibilidade de fazermos desgargalamentos em outras linhas", revelou Fadigas.

Segundo o executivo, há disponibilidade de gás para a construção de uma nova fábrica na costa leste dos Estados Unidos.

É justamente a competitividade do gás em relação à nafta que levou o executivo a adotar, desde o início deste ano, um tom mais cauteloso em relação à intenção de construir um novo complexo petroquímico nos EUA.

As negociações com o governo de West Virginia já foram iniciadas, mas neste momento a atratividade deste projeto é menor em função da queda do preço do petróleo e de seus derivados, incluindo a nafta petroquímica. A unidade produziria polietileno, e não PP.

A queda do petróleo fez com que a vantagem de produção de resinas petroquímicas a partir do gás, em relação à nafta, caísse de um pico de US$ 900 para menos de US$ 200 por tonelada, segundo Fadigas.

Neste momento, essa tendência voltou a se reverter e, hoje, essa vantagem é de aproximadamente US$ 400 por tonelada.

"Porém não temos expectativa de que ela se reduza, ou que se inverta em favor da nafta em nenhum momento no longo prazo", afirmou.

A competitividade do gás é uma das explicações para que a Braskem participe da construção de um complexo petroquímico no México, avaliado em cerca de R$ 15 bilhões.

O projeto, feito em parceria com a mexicana Idesa, na proporção de 75% para a Braskem e 25% para a Idesa, deve estar concluído no final deste ano, reiterou Fadigas.

A unidade terá capacidade para produzir 1,05 milhão de toneladas de polietilenos, em um modelo semelhante àquele pensado inicialmente pela Braskem para a região de West Virginia.

Custo

A Braskem pretende colocar em curso no segundo semestre deste ano um conjunto de iniciativas que visam reduzir a base de custos da companhia em R$ 400 milhões por ano, revelou Fadigas.

O perfil das medidas não foi comentado pelo executivo, que participou de uma coletiva de imprensa para comentar os resultados do primeiro trimestre deste ano.

Fadigas acredita que, em 2016, grande parte dos ganhos estimados com tais medidas já seria capturado. O ganho integral, contudo, deve ocorrer a partir de 2017.

Nesse meio período, a companhia já poderia colocar em prática um novo conjunto de medidas que reduzam a base de custos da petroquímica.

Demanda

De acordo com Fadigas, o aumento de 6% no primeiro trimestre da demanda doméstica por resinas termoplásticas, conjunto formado por polipropileno, polietilenos e PVC, pode ser "anulado" no segundo trimestre.

"Se pegarmos que um trimestre cresceu 6%, talvez possamos inverter isso e seja uma boa indicação para que, no acumulado, o desempenho seja próximo a zero", afirmou o executivo.

Pouco antes, o executivo manteve a projeção de que a demanda doméstica por resinas deve apresentar um desempenho semelhante ao Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2015. Isso significa que a demanda deve ficar próxima à estabilidade, com espaço para cair ao redor de 1%.

Fadigas ponderou, contudo, que a projeção da situação do mercado no acumulado do trimestre é difícil porque ainda é início de maio. Até o final de junho, as condições de mercado podem ser alteradas, o que estimularia clientes a anteciparem ou postergarem as compras.

"A sazonalidade pode acontecer de novo. Se o preço acelera, pode haver transferência e puxar a demanda do terceiro trimestre para o segundo trimestre", exemplificou Fadigas.

Foi o que ocorreu no primeiro trimestre, quando a demanda teve desempenho positivamente inesperado.

A alta foi resultado da postergação das compras de resina no quarto trimestre, diante da expectativa de preços em queda do petróleo e derivados, e da antecipação das compras do segundo trimestre, fruto da desvalorização do real ante o dólar.

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