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Braskem deve poupar US$ 140 milhões com Dow Chemical

Esse é o valor das sinergias estimadas pela Braskem na aquisição desta quarta

Braskem: empresa busca oportunidades de crescimento nos Estados Unidos, mas o foco segue nas Américas (Divulgacao)

Braskem: empresa busca oportunidades de crescimento nos Estados Unidos, mas o foco segue nas Américas (Divulgacao)

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Da Redação

Publicado em 27 de julho de 2011 às 18h31.

São Paulo - A Braskem estima absorver 140 milhões de dólares em sinergias com a aquisição do negócio de polipropileno da Dow Chemical. A operação inclui a compra de quatro plantas, duas na Alemanha e duas nos Estados Unidos – onde a empresa já tem operações.

Não há um cronograma detalhado sobre a captura de sinergias. Isso deve ocorrer quando a Braskem conhecer melhor os ativos – ou seja, daqui a 60 ou 90 dias, quando deve ocorrer a conclusão da operação, com pagamento e transferência de ativos. Nesse período a empresa precisa obter a autorização dos órgãos anti truste nos EUA e Europa.

A operação será informada ao CADE, mas ele não precisará aprovar, uma vez que a aquisição não cria concentração adicional. 

Valor

A empresa destacou o valor pago pela operação, de 323 milhões de dólares para as quatro plantas. “Era um ativo que valia menos para a Dow que pra Braskem, não era estratégico para a Dow e era para a Braskem”, disse Carlos Fadigas, presidente da Braskem. Nessa aquisição, a Braskem aderiu a um processo coletivo de venda de ativos da Dow, avançou as etapas e nos últimos dias negociava em exclusividade.

Em reais, a aquisição custou 490 milhões. “Uma parcela pequena em relação a nossa posição de caixa”, disse Fadigas. A empresa contabilizava cerca de 3 bilhões de reais em caixa. O valor tem a ver com o timing, segundo Fadigas. “Há ativos que aguardamos mais de oito anos para achar o momento certo de comprar”, disse. A empresa acompanhou o mercado americano desde 2005, segundo o vice-presidente, mas não agiu até 2009 por não achar boas oportunidades.

No primeiro trimestre desse ano, a relação dívida líquida/ebitda era de 2,37, após a compra dos ativos, ela passou para 2,44 vezes. “Não é um impacto material na dívida da Braskem, exatamente pelo preço pago na aquisição dos ativos”, disse Fadigas. O múltiplo de aquisição (preço pago sobre ebitda) foi de 6,3 vezes. Com o desconto das sinergias, o múltiplo da aquisição passou para 3,6 vezes.

Em 2008, a Braskem investiu 370 milhões de dólares para construir uma planta em Paulínia. A compra da Quattor custou cerca de 700 milhões de reais na compra da Quattor e a da Sunoco Chemicals nos Estados Unidos, 350 milhões de dólares. A Braskem não assume nenhuma dívida financeira da Dow.


A aquisição marca a entrada da Braskem como produtora na Europa, onde ela atuava desde 2007 com operação logística e escritório comercial.

Crescimento nos EUA

“Vamos continuar olhando possibilidades de aquisição”, disse Luiz de Mendonça, vice-presidente de negócios internacionais e CEO da Braskem nos EUA, sobre a operação no país.

No país, a empresa pretende usar o caminho de crescimento que mais se adeque a resinas. Em polietileno, a maior viabilidade é vista em investimentos greenfield, segundo Fadigas. “O preço dos ativos está maior, pode ser mais interessante construir do que comprar”, disse.

“Vamos seguir buscando oportunidades de crescimento também nos Estados Unidos, a presença na Europa será um aprendizado importante, mas o foco segue sendo as Américas”, disse Fadigas.

Fornecedores

Os ativos da Alemanha tem contratos de fornecimento de matéria prima de longo prazo – cerca de dez anos. Nos Estados Unidos, a Braskem preferiu manter as possibilidades abertas. “Os ativos estão no Texas, e a região tem muitas alternativas de fornecimento de matéria prima”, disse Fadigas.

A Petrobras tem refinarias na costa do golfo americano e poderia ser um dos fornecedores. As empresas mantiveram conversas preliminares sobre isso, segundo Luiza de Mendonça.

Resinas

A Braskem calcula que, com a aquisição do negócio de polipropileno da Dow Chemical ela tenha dobrado sua capacidade de produção de resinas na comparação com janeiro de 2010. No começo do ano passado, a capacidade era de 3,5 milhões de toneladas. Após a aquisição da Quattor, elaganhou mais 2 milhões de toneladas, com a Sunoco foi mais 1 milhão e a compra dos ativos anunciada hoje soma mais 1 milhão de toneladas. 

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