As operações da empresa foram impactadas em maio deste ano (Luke Sharrett/Bloomberg)
Juliana Estigarribia
Publicado em 26 de junho de 2019 às 15h48.
Última atualização em 27 de junho de 2019 às 07h17.
A petroquímica Braskem apresentou à Agência Nacional de Mineração (ANM) um plano para fechar a mina Salgema em Maceió, Alagoas, onde a companhia produz o sal-gema, uma matéria-prima usada na cadeia do plástico.
O complexo está no centro de um debate sobre as possíveis causas de rachaduras em casas do bairro de Pinheiro, na capital alagoana, onde mais de 600 famílias foram removidas pela Defesa Civil. As rachaduras começaram no ano passado e, segundo o Serviço Geológico Brasileiro (CPRM), são decorrência de abalos causados pelos poços de extração de sal no município.
A Braskem está realizando estudos aprofundados sobre o que pode ter causado as rachaduras e diz que, sem eles, é impossível apontar responsabilidades. Ainda assim, em nota a EXAME, a companhia informou ter apresentado “um plano para fechar todas as minas porque entende que não tem mais licença social para operar na região”. Ou seja, pela oposição social à sua operação.
A Braskem opera três plantas: a mina de sal-gema e a de cloro-soda, ambas paralisadas, e a de PVC, que atualmente trabalha com insumo importado. No total, são mais de 500 funcionários em todo o complexo, dos quais cerca de 300 trabalham nas duas unidades paradas desde maio, quando foi divulgado laudo do CPRM. Desde então, a companhia tem importado sal para abastecer sua unidade de produção de PVC em Maceió.
Conforme a petroquímica, os trabalhadores serão todos mantidos.