Número de indecisos também aumentou (andreswd/Getty Images)
Redatora
Publicado em 11 de outubro de 2024 às 17h31.
Última atualização em 11 de outubro de 2024 às 19h17.
A perspectiva de vendas para o Dia das Crianças em 2024, comemorado no sábado, 12 de outubro, é menos favorável do que a do ano passado, segundo levantamento da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
A pesquisa, realizada em parceria com a PiniOn, revelou que apenas 38,2% dos entrevistados têm intenção de comprar presentes, enquanto 39,3% declararam que não vão comprar e 22,5% ainda estão indecisos.
Em 2023, 49,2% dos entrevistados pretendiam comprar presentes, 36,5% não tinham intenção de gastar na data, enquanto 14,3% não haviam decidiram.
O cenário marca uma queda significativa na intenção de compras em comparação ao ano passado, além de um aumento no número de indecisos e de consumidores que não planejam adquirir presentes.
Ulisses Ruiz de Gamboa, economista da ACSP, explica que, apesar do crescimento da economia, o aumento dos preços de produtos básicos e o alto nível de endividamento familiar têm prejudicado o poder de compra das famílias, refletindo em uma projeção menos otimista para as vendas deste ano.
Quem pretende comprar gastará mais
Entre os entrevistados que afirmaram que vão comprar presentes, 44,4% planejam gastar mais do que em 2023, enquanto 34,4% disseram que gastarão menos. A maioria (67,8%) dos consumidores que vão às compras espera desembolsar entre R$ 50 e R$ 450.
As grandes redes de varejo continuam sendo a preferência para 42,2% dos compradores, enquanto 55,9% afirmam que farão as compras em lojas físicas.
A compra à vista também se destaca, com um predomínio entre todas as categorias de bens e serviços pesquisados, possivelmente influenciada pelos altos custos do crédito.
A pesquisa mostra que roupas, calçados e acessórios lideram as intenções de compra, mencionados por 27% dos entrevistados, seguidos por itens como bonecas (15,8%), bicicletas (11,5%) e carrinhos (12,4%). Entretanto, houve uma queda no interesse por eletrônicos, como videogames e celulares, em relação ao ano passado.
Por outro lado, itens como ingressos para cinema e teatro e viagens, que representam uma menor fatia das intenções de compra, também perderam relevância em 2024, consolidando a preferência por presentes mais tradicionais.
A pesquisa ACSP/PiniOn consultou 1.686 entrevistados de todo o Brasil e indicou que, para os comerciantes, há ainda espaço para crescimento, especialmente se conseguirem converter os indecisos em compradores.