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Brasileiro planeja uma Walt Disney em Porto Rico

O mineiro Rodrigo Veloso propõe transformar a área de 50 km² em um misto de Disney World e Las Vegas, com resort, aeroporto, marina e cassinos


	Walt Disney World: o projeto prevê investimentos de US$ 10 bilhões ao longo de 15 anos
 (GettyImages)

Walt Disney World: o projeto prevê investimentos de US$ 10 bilhões ao longo de 15 anos (GettyImages)

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Da Redação

Publicado em 6 de outubro de 2014 às 08h48.

São Paulo - Fotos aéreas dos parques da Disney e do terreno vazio sobre o qual o complexo foi construído dão a largada na apresentação que o mineiro Rodrigo Veloso preparou para atrair investidores. Ele reservou esse primeiro slide para falar da ousadia de Walter Elias Disney e de seu espírito empreendedor para, logo em seguida, dizer que não é impossível repetir esse feito.

Aos 34 anos, Veloso está disputando uma das licitações mais aguardadas de Porto Rico, que vai delegar à iniciativa privada a revitalização de uma antiga base naval americana, desativada há uma década. A proposta do brasileiro é transformar a área de 50 km² em um misto de Disney World e Las Vegas, com resort, aeroporto, marina e cassinos.

Veloso ficou conhecido no mercado por ter criado uma das principais marcas de água de coco dos Estados Unidos, a O.N.E., vendida para a PepsiCo em 2010.

Na época, a empresa faturava US$ 40 milhões e estava presente em mais de 65 mil pontos de venda no mercado americano. Hoje, é a terceira marca dos EUA atrás da Vita Coco, que responde por 80% das vendas da bebida, e da Zico, que pertence à Coca Cola e tem participação de 20%.

O valor embolsado pelo empresário na venda para a PepsiCo nunca foi revelado. Com o dinheiro, Veloso criou a butique de investimentos Unik Capital, com foco em empresas de tecnologia, produtos de consumo e no setor imobiliário.

Em 2013, lançou no Brasil, com alguns sócios, o Segurar.com, site que vende seguros. "Estou sempre de olho numa série de negócios mundo afora, mas o projeto de Porto Rico é o que tem me tomado mais tempo agora."

Dos oito consórcios que apresentaram projetos para desenvolver a antiga área da marinha americana, conhecida como Roosevelt Roads, o grupo de investidores liderado por Veloso foi um dos quatro selecionados para a última etapa da licitação que termina em dezembro.

O projeto prevê investimentos de US$ 10 bilhões ao longo de 15 anos. "Minha ambição é ter as melhores cabeças do mundo usando o que há de melhor em tecnologia, sustentabilidade e entretenimento", diz Veloso.

Além dos hotéis, do parque aquático e dos cassinos, ele previu a construção de edifícios corporativos, para atrair empresas, e de casas de luxo com garagem para jatinho. Parte da infraestrutura - como a marina, com capacidade para receber grandes cruzeiros, e a pista do aeroporto - está pronta, por ser herança da antiga base naval.

O terreno está abandonado desde 2004, quando o governo americano decidiu desativar a operação. Hoje, a área é uma das esperanças de Porto Rico para sair de uma das maiores crises de sua história. Nos últimos oito anos, a dívida pública atingiu US$ 70 bilhões - aproximando-se do PIB, de US$ 101 bilhões.

Dos 3,6 milhões de habitantes, só 1 milhão trabalha na economia formal. Porto Rico faz parte dos EUA desde 1917, mas seus cidadãos, apesar de norte-americanos, não têm direito a voto.

"Esse projeto nacional será transformador para a economia de Porto Rico", disse Alberto Bacus Bague, ministro do Desenvolvimento Econômico e do Comércio, ao divulgar, em agosto, os grupos selecionados para a segunda etapa da licitação.

No mês passado, ao participar de um evento no Brasil que tentava atrair investimentos para Porto Rico, o consultor Antonio Colorado, que por oito anos presidiu a autarquia responsável pela reconstrução da base naval, disse que o governo espera que 20 mil empregos sejam gerados com a licitação. "Acreditamos que, enfim, essa área terá uma utilidade para Porto Rico", disse.

Até que o vencedor seja definido, Veloso segue tentando atrair mais investidores, sem revelar quem já está do seu lado. Com uma lábia de vendedor que lhe acompanha desde que deixou a Fundação Getúlio Vargas (FGV), em 2005, para empreender nos EUA, o brasileiro garante que seu projeto tem chance não apenas de ser o vencedor como de ser executado. "Se Walt Disney conseguiu, por que nós não conseguiríamos?" As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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