O brasileiro renunciou à sua cidadania americana no ano passado, o que despertou revolta entre políticos do país (AFP)
Da Redação
Publicado em 18 de maio de 2012 às 10h20.
São Paulo - Eduardo Saverin, brasileiro que ajudou a fundar o Facebook Inc., tornou-se bilionário depois que seu investimento de US$ 30.000 em uma participação na empresa se transformou com a maior abertura de capital de uma empresa de tecnologia.
Saverin, que nasceu no Brasil e se mudou para os Estados Unidos quando ainda era criança, usou suas economias para ajudar a financiar o projeto de Mark Zuckerberg de criar uma rede social. O Facebook tem hoje mais de 901 milhões de usuários.
A fatia do brasileiro na empresa pode valer US$ 2,89 bilhões. O Facebook vendeu 421,2 milhões de ações, a US$ 38 cada, o que indica um valor de mercado de até US$ 104 bilhões. As ações começam a ser negociadas amanhã na Nasdaq, sob o símbolo FB.
Saverin detém cerca de 4 por cento do Facebook, segundo o website whoownsfacebook.com. Ele, que não quis falar sobre sua participação na empresa, disse que nunca achou que seu investimento de US$ 30.000 iria tão longe.
“Algo que eu nunca teria imaginado quando coloquei todas as minhas economias na empresa é que seria uma IPO desse nível”, disse Saverin por telefone de sua casa em Cingapura.
“Você nunca imagina que US$ 30.000 acumulados durante sua vida, por meio de presentes, festas de aniversário e outros eventos, e investidos numa empresa criariam este tipo de retorno.”
Cidadania
O brasileiro renunciou à sua cidadania americana no ano passado, o que despertou revolta entre políticos do país. O senador democrata Charles Schumer propôs hoje a cobrança de um imposto de 30 por cento sobre ganhos de capital de pessoas que renunciarem à cidadania nos EUA, a menos que sejam provados motivos que não incluam evitar o pagamento de impostos. Ao abandonar a cidadania americana, Saverin deve ter economizado pelo menos US$ 67 milhões em impostos, segundo análises da Bloomberg.
“Em momento algum, minha decisão tomada tendo em mente a economia de impostos”, disse Saverin, que não fazer comentários sobre quanto deixaria de pagar em impostos. “A ideia de que isso foi importante para mim ou que foi levada em conta não é precisa.”
Saverin disse que se mudou para Cingapura em 2009 porque é um lugar fácil de se viver, onde as pessoas falam inglês e também é um ponto central para viagens na Ásia. O Banco Mundial considera Cingapura o lugar mais fácil para se morar e fazer negócios no planeta.
“Paguei e continuarei a pagar impostos devidos por tudo o que recebi como cidadão americano”, disse Saverin em nota. “É uma pena que minha escolha pessoal tenha levado a um debate público, baseado não em fatos, mas somente em especulação e informações erradas.”