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Brasil vira mercado emergente de iates

No ano passado, a venda de barcos no mercado nacional movimentou US$ 510 milhões

O que aconteceu com a indústria automobilística na década de 80 está se repetindo agora na indústria náutica

O que aconteceu com a indústria automobilística na década de 80 está se repetindo agora na indústria náutica

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Da Redação

Publicado em 13 de dezembro de 2011 às 18h56.

Brasília - A costa brasileira, com seus 7,3 mil km, nunca atraiu tanta atenção dos gringos como agora. E não se trata de turismo. Eles estão de olho no mercado náutico do País - um segmento que tem apresentado taxas de crescimento de 10% ao ano com um potencial de expansão que fez os fabricantes de iates desejarem se instalar por aqui. </p>

O que aconteceu com a indústria automobilística na década de 80 está se repetindo agora na indústria náutica, avaliam empresários do setor.

O interesse pelo Brasil tem explicação e vai muito além da extensão do litoral. Com a crise financeira mundial, os maiores mercados dos fabricantes de barcos - Europa e Estados Unidos - despencaram em vendas. Em contrapartida, o mercado brasileiro segue em alta, com uma classe média que não para de receber novos integrantes, ávidos por um consumo mais refinado, que inclui - por que não? - iates e jet skis.

No ano passado, a venda de barcos no mercado nacional movimentou US$ 510 milhões - um crescimento de 20% em relação a 2006. No mesmo período, os importados dispararam: de US$ 13 milhões para US$ 80 milhões. O que anima os empresários é que, além de estar aquecido, o mercado brasileiro tem para onde crescer. Com uma frota de 650 mil barcos, o Brasil tem apenas 1,6% da população no grupo dos proprietários de embarcações de luxo. Nos Estados Unidos, onde a venda ultrapassa mais de 1 milhão de unidades por ano, o porcentual é de 12,5%.

"O momento é perfeito", diz Luca Morando, CEO no Brasil da italiana Azimut - que já anunciou investimentos de R$ 200 milhões no País nos próximos cinco anos. Também com sede na Itália, o estaleiro Sessa negocia desde o fim de 2009 uma parceria com fabricantes brasileiros.

"Eles não querem ficar de fora desse mercado", diz Eduardo Colunna, presidente da Associação Brasileira dos Construtores de Barcos (Acobar) e dono do estaleiro escolhido pela Sessa para conduzir a produção no Brasil. Representantes da inglesa Fairline e da americana SeaRay também têm visitado com frequência fábricas paulistas e catarinenses, segundo executivos do setor.

"Todo esse movimento deve culminar, a partir do ano que vem, numa série de fusões e aquisições nunca vista nesse segmento", diz Marco Antônio do Carmo, diretor executivo da Yatch Brasil. Algumas dessas parcerias devem ganhar contornos mais concretos a partir desta semana, num evento que vai reunir cerca de 150 empresas nacionais e estrangeiras na capital paulista. A 13.ª edição da São Paulo Boat Show, que espera movimentar R$ 190 milhões entre quarta-feira e domingo, será um termômetro das negociações que cercam a indústria náutica nacional. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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