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Brasil leva aéreas ao prejuízo na América Latina

Aviação: a estimativa é que as companhias do setor na região terminem 2015 com perdas de US$ 300 milhões


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Aviação: a estimativa é que as companhias do setor na região terminem 2015 com perdas de US$ 300 milhões (.)

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Da Redação

Publicado em 11 de dezembro de 2015 às 10h09.

Genebra - A crise no mercado brasileiro deve fazer com que o desempenho das empresas aéreas na América Latina seja o pior entre todos os continentes neste ano, afirmou na quinta-feira, 10, a Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata).

A estimativa é que as companhias do setor na região terminem 2015 com perdas de US$ 300 milhões. "Tínhamos a avaliação de que a região (América Latina) teria ganhos de US$ 600 milhões. Mas a situação mudou", declarou Tony Tyler, presidente da Iata.

A crise ainda foi aprofundada pelos custos. "O Brasil se transformou em um dos países mais caros para que as empresas do setor aéreo possam operar", acrescentou Tyler.

"O real perdeu mais de um terço de seu valor contra o dólar nos últimos 12 meses e as políticas impuseram custos pesados sobre a indústria", apontou.

Só nos primeiros seis meses do ano, as aéreas brasileiras registraram perdas de R$ 1,5 bilhão. Os prejuízos no Brasil se contrastam com um resultado positivo no restante do mundo e com lucros líquidos de US$ 33 bilhões, 4,6% acima de 2014 e um recorde.

"Muitas outras regiões estão ganhando dinheiro", apontou Brian Pearce, economista-chefe da Iata.

"O Brasil está mergulhado em uma tempestade perfeita, enquanto empresas aéreas tentam lutar diante do peso de uma recessão cada vez mais profunda", indicou Peter Cerda, vice-presidente da Iata para as Américas. "A deterioração do real e políticas governamentais estão impondo altos custos para a indústria", apontou.

Segundo a Iata, a crise no setor aéreo brasileiro gerou "significativa redução de capacidade e demissões". Pearce aponta que nem a queda do preço do barril do petróleo de cerca de 40% tem sido sentida no país, diante da desvalorização do real.

"A variação cambial anulou os ganhos com a queda no preço dos combustíveis", disse.

"Comparado a 2014, os custos para as empresas aéreas aumentaram em 24%, enquanto a renda aumentou em apenas 3,7% durante o mesmo período", explicou a Iata. Em termos de passageiros, o setor no Brasil viu contração de viagens ao exterior e o setor apenas registra alta graças a viagens internas.

Impostos

Para a Iata, o governo precisa agir para "proteger os benefícios da conectividade da aviação, promovendo uma redução de altos impostos, custos exorbitantes de combustível e regulação onerosa".

Na avaliação da entidade, o custo do combustível é fundamental numa reforma no Brasil. "O país produz petróleo. Mas tem um dos combustíveis mais caros do mundo", indicou. 

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