Fay, presidente da Brasil Foods: sem medo de vender parte da empresa a estrangeiros (Raul Júnior/VOCÊ S.A.)
Daniela Barbosa
Publicado em 13 de julho de 2011 às 18h29.
São Paulo - As restrições impostas pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) à fusão entre Perdigão e Sadia só serão colocadas em prática a partir do próximo ano, afirmou José Antonio Fay, presidente da Brasil Foods, em encontro jornalistas nesta quarta-feira (13/7).
Segundo ele, neste ano, as operações serão mantidas. "Não vou mencionar prazo, pois isso prejudica as negociações de venda, mas posso garantir que não ocorrerão neste ano", afirmou o executivo.
Os ativos da companhia que serão posto à venda ou terão a operação suspensa respondem por cerca de 3 bilhões de reais do faturamento da companhia, tendo como base o faturamento da companhia no ano passado, mais de 22,6 bilhões de reais.
"Vamos continuar crescendo. Em 2012, estaremos muito maiores que agora", disse Fay. "Vamos seguir uma vida normal. Vamos acelerar os investimentos", afirmou.
Para este ano, a companhia previa investimentos de 2,5 bilhões de reais. "Como já estamos na metade do ano, não vamos conseguir investir o previsto", disse Fay.
Com relação à venda dos ativos, Fay afirmou que dará preferência ao comprador que pagar mais. "Independente se será estrangeiro ou não. Somos uma empresa preparada para lidar com a concorrência".
Nesta quarta-feira, o Cade aprovou a fusão entre Perdigão e Sadia, que deu origem à Brasil Foods, com inúmeras restrições. Entre elas, a venda das marcas de combate, como Rezende, Patitas, Wilson, Texa e Tekitos. Além da alienação de unidades fabris e centros de distribuições.