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Brasil faz lição de casa para atrair investidor, vê BNP Asset Management

A perspectiva de uma taxa de juros nominal entre 5% e 6% nos próximos dois ou três anos é suficiente para despertar apetite de investidores

Luiz Sorge: presidente-executivo da BNP Paribas Asset Management Brasil considera viável a possibilidade da casa elevar em dois dígitos os ativos sob gestão nos próximos 12 meses. (Paula Arend Laier/Reuters)

Luiz Sorge: presidente-executivo da BNP Paribas Asset Management Brasil considera viável a possibilidade da casa elevar em dois dígitos os ativos sob gestão nos próximos 12 meses. (Paula Arend Laier/Reuters)

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Reuters

Publicado em 8 de outubro de 2019 às 15h45.

Última atualização em 8 de outubro de 2019 às 15h49.

São Paulo — O Brasil experimenta um momento quase único, com perspectiva de estabilidade econômica no médio prazo, e está fazendo a lição de casa para atrair investidores de forma sustentada, avalia o presidente-executivo da BNP Paribas Asset Management Brasil, que considera viável a possibilidade da casa elevar em dois dígitos os ativos sob gestão nos próximos 12 meses.

"É plenamente factível a gente chegar daqui a um ano com 70 bilhões de reais", afirmou Luiz Sorge em entrevista à Reuters, acrescentando estar otimista com o cenário para o país. Atualmente, a BNP Asset tem cerca de 60 bilhões de reais sob gestão.

Para o executivo, a perspectiva de uma taxa de juros nominal entre 5% e 6% nos próximos dois ou três anos é suficiente para despertar apetite de investidores, em meio ao andamento da pauta econômica, não apenas do lado macro, mas também medidas micro.

"Nós estamos fazendo nossa lição de casa pra continuar em uma trajetória de recuperação dos fundamentos macroeconômicos que poderão gerar atratividade continuada para ativos brasileiros", disse Sorge, destacando que esse trabalho precisa continuar, principalmente para que o país se destaque em relação a outras economias emergentes.

Na visão de Sorge, investidores brasileiros ainda não estão tomando risco, assim como os globais. Ele acrescenta que o Brasil está melhor do que no passado recente, mas tende a ser contaminado por turbulências externas geradas por preocupações com crescimento das principais economias, guerra comercial e Brexit.

"É difícil ficar muito otimista no curto prazo... Porém, se fizermos a lição de casa, quando o investidor global for olhar aonde ele pode gerar 'alfa' e se ele olhar emergentes na América Latina, por exemplo, (o Brasil) tende a se destacar", avaliou. "Mesmo com um mundo andando de lado, sofrendo um pouco, no relativo a outros emergentes, podemos nos destacar."

O executivo também ressaltou que muitos agentes estrangeiros estão aguardando uma retomada mais consistente da atividade econômica para alocar recursos no país.

Estratégia digital

A fim de usufruir do ambiente mais favorável para a diversificação de investimentos no Brasil dado o ambiente de juros em mínimas históricas, a BNP Asset Management está trabalhando para fechar uma parceria com um agente local para oferecer aconselhamento 100% digital, que o executivo espera estar estabelecida no primeiro trimestre de 2020.

"Nós acreditamos que há uma carência e uma necessidade no mercado local em relação ao aconselhamento de clientes", observou Sorge, destacando que a ideia é mesmo massificar o acesso a isso, uma vez que, se houver uma evolução na diversificação de portfólios, esses participantes precisarão estar preparados para investimentos mais sofisticados.

A BNP Asset Management também está em fase de elaboração de um novo fundo de infraestrutura, contou Sorge, sem detalhar, apenas estimando que haverá apetite do investidor local também para produtos estruturados. O novo fundo deverá ser fechado e deverá comprar debêntures de projetos.

A gestora já tem um fundo estruturado de infraestrutura de cerca de 500 milhões de reais. É um fundo de renda fixa aberto e compra debêntures de infraestrutura.

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