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COP26: Brasil e mais 100 países prometem zerar desmatamento até 2030

Para cumprir sua parte, Brasil assumiu compromisso de de zerar o desmatamento ilegal até 2028 e de fazer investimentos para reduzir as emissões de carbono

Desmatamento na floresta amazônica, em Mato Grosso: Brasil é principal mercado da Pachama (Paulo Whitaker/Reuters)

Desmatamento na floresta amazônica, em Mato Grosso: Brasil é principal mercado da Pachama (Paulo Whitaker/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 2 de novembro de 2021 às 09h21.

Última atualização em 5 de novembro de 2021 às 13h32.

Mais de cem líderes mundiais se comprometerão nesta terça-feira, 2, durante a Conferência do Clima (COP-26), em Glasgow, a deter e reverter o desmatamento até 2030 com medidas apoiadas por 19 bilhões de dólares de fundos públicos e privados, que serão investidos na proteção e restauração das florestas. O Brasil faz parte da lista.

"Países que abarcam dos bosques setentrionais do Canadá e da Rússia às florestas tropicais de Brasil, Colômbia, Indonésia e República Democrática do Congo vão apoiar a Declaração dos Líderes de Glasgow sobre as florestas e o uso da terra", antecipou em um comunicado na noite da segunda-feira o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson.

Esses países reúnem 85% das florestas do mundo, uma superfície de mais de 33,6 milhões de km2, segundo o comunicado. "Teremos a chance de encerrar a longa história da humanidade como conquistadora da natureza e, ao invés disso, nos tornamos seus guardiões", afirmou Johnson, que classificou o acordo como inédito.

Essas medidas serão apoiadas por um fundo de 12 bilhões de dólares de dinheiro público, aportado por 12 países entre 2021 e 2025, além de 7,2 bilhões de dólares de investimento privado de mais de 30 instituições financeiras mundiais. O dinheiro deve apoiar principalmente atividades em países em desenvolvimento, como a restauração de terras degradadas, a luta contra os incêndios florestais e a defesa dos direitos das comunidades indígenas.

Na segunda-feira, o presidente Jair Bolsonaro e o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, já tinham anunciado a meta de zerar o desmatamento ilegal até 2028 no Brasil. Antes, a data prevista era 2030.

"Nunca antes tantos líderes, de todas as regiões, representando todos os tipos de florestas, tinham unido forças desta maneira", deve dizer no evento desta terça-feira o presidente da Colômbia, Iván Duque, segundo trecho antecipado pelos organizadores da COP-26.

A Colômbia se comprometerá a fixar uma meta de desmatamento zero até 2030 e ainda proteger 30% de seus recursos terrestres e oceânicos.

As florestas absorvem cerca de 30% das emissões de dióxido de carbono, de acordo com a ONG World Resource Institute (WRI). Mas essa proteção natural climática está desaparecendo rapidamente. O planeta perdeu 258 mil quilômetros quadrados de florestas em 2020, de acordo com a iniciativa de acompanhamento do desmatamento do WRI, a Global Forest Watch. A área é maior do que o Reino Unido.

O anúncio desta terça-feira, porém, não foi recebido por grupos ambientalistas como o Greenpeace.

"A Amazônia já está no limite e não poderá sobreviver a mais anos de desmatamento. Os povos indígenas pedem que se protejam 80% da Amazônia até 2025, e têm razão, é do que se necessita. O clima e o mundo natural não podem se permitir este acordo", criticou Carolina Pasquali, diretora-executiva do Greenpeace Brasil.

(Com agências internacionais)

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