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Bradesco quer investir R$ 5 bi em infraestrutura em 2014

Bradesco encerrou o primeiro trimestre deste ano com uma taxa de retorno sobre o capital de 20,5%, melhor resultado desde o segundo trimestre de 2012


	Bradesco: são 4.678 agências e banco planeja abrir aproximadamente 50 agências por ano
 (Pedro Lobo/Bloomberg News)

Bradesco: são 4.678 agências e banco planeja abrir aproximadamente 50 agências por ano (Pedro Lobo/Bloomberg News)

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Da Redação

Publicado em 23 de maio de 2014 às 16h56.

Osasco, SP - O diretor de relações com investidores do Bradesco, Luiz Carlos Angelotti, disse que o banco vai focar o controle de custos para manter a lucratividade neste ano.

Em entrevista ao Wall Street Journal, ele afirmou que o Bradesco planeja investir R$ 5 bilhões em infraestrutura, tecnologia da informação e telecomunicações em 2014.

Segundo Angelotti, será o maior investimento desse tipo já feito pelo banco.

"Estamos investindo na área de tecnologia do banco para apoiar nossos clientes em suas transações bancárias via internet e telefones celulares", disse Angelotti.

Segundo ele, os custos dessas transações eletrônicas é 10% do das operações realizadas nas agências.

Angelotti disse que a internet responde atualmente por 45,8% de todas as transações de clientes, os celulares, por 14,2% e o resto é feito em agências, caixas automáticos e por telefone.

"O volume de transações via celulares vai ultrapassar o volume na internet nos próximos dois ou três anos", acrescentou.

Retorno

O Bradesco encerrou o primeiro trimestre deste ano com uma taxa de retorno sobre o capital de 20,5%, melhor resultado desde o segundo trimestre de 2012, quando atingiu 20,6%.

"Para o resto deste ano, vejo esse nível de 20% como sustentável", disse Angelotti.

No primeiro trimestre deste ano, o Bradesco teve um lucro líquido de R$ 3,44 bilhões, ante R$ 2,92 bilhões no mesmo período de 2013.

O banco tem 74,6 milhões de clientes e uma fatia de mercado de quase 11% dos créditos totais no Brasil.

São 4.678 agências e o banco planeja abrir aproximadamente 50 agências por ano.

Os bancos privados do Brasil têm enfrentado dificuldades nos últimos anos, devido à concorrência apresentada pelos bancos estatais e ao ritmo fraco de crescimento da economia.

Com a expectativa de que o PIB do país cresça menos de 2% neste ano, os bancos privados estão adotando uma abordagem conservadora para a expansão do crédito.

O Bradesco aumentou sua lucratividade por meio de controles estritos de custos.

O banco está focando investimentos em tecnologia para aumentar a eficiência e reduzir despesas, disse Angelotti.

As despesas administrativas cresceram 3,9% no primeiro trimestre, muito abaixo da inflação anual, que está em torno de 6%.

Com R$ 922 bilhões em ativos, o Bradesco é o quarto maior banco do país, atrás dos estatais Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal e do privado Itaú Unibanco.

O banco projeta que sua carteira de crédito deverá ter uma expansão de 10% a 14% em 2014, após um crescimento de 10,8% em 2013.

No primeiro trimestre deste ano, a taxa de inadimplência ficou em 3,4%, de 3,5% no quarto trimestre de 2013 e 4% no primeiro trimestre do ano passado.

O banco espera que a taxa de inadimplência permaneça estável nos próximos trimestres.

A provisão para perdas com crédito totalizou R$ 2,86 bilhões no primeiro trimestre, de R$ 3,1 bilhões no mesmo período de 2013.

Nos próximos anos, os bancos brasileiros deverão se adequar a exigências de capitalização mais fortes, de modo a cumprir as normas do Acordo Basileia III.

Segundo Angelotti, o Bradesco poderá reforçar sua estrutura de capital por meio de novas emissões de bônus nos mercados local e internacional, a partir do próximo ano.

"Isso é muito provável para 2015 e 2016. Agora mesmo, em termos de estrutura de custos, é mais vantajoso levantar capital no mercado local, mas o instrumento a ser usado será decidido no momento oportuno", acrescentou. Fonte: Dow Jones Newswires.

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