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Bradesco: por que o assunto deste 2º trimestre é o crédito

Banco reduziu meta de expansão para o ano; índice de inadimplência total do banco cresceu e despesas com devedores duvidosos também

Bradesco: índice de inadimplência do banco cresceu no segundo trimestre (Exame/Germano Lüders)

Bradesco: índice de inadimplência do banco cresceu no segundo trimestre (Exame/Germano Lüders)

Daniela Barbosa

Daniela Barbosa

Publicado em 23 de julho de 2012 às 16h30.

São Paulo – O Bradesco divulgou, nesta segunda-feira, seus resultados financeiros referentes ao segundo trimestre do ano e, embora tenha apresentado crescimento em boa parte dos seus números, um item, em especial, vem exigindo mais atenção por parte do banco: o crédito.

No período, a carteira de crédito do Bradesco cresceu 14,1%, totalizando 364,9 bilhões de reais. Mesmo assim, o banco revisou para baixo a estimativa de crescimento da carteira. Antes, era esperado um aumento de 18% a 22%; agora o guidance está entre 14% e 18%.

“Nosso radar está direcionado para a qualidade do crédito. Notamos desafio nesse segmento, o PIB deve crescer menos no ano, então, a expansão da nossa carteira entre 14% e 18% é uma visão mais realista para o período”, afirmou Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco, em teleconferência com a imprensa, nesta segunda-feira.

Outro ponto que exige atenção do banco é o crescimento da inadimplência no segundo trimestre. Ela subiu 0,1 ponto percentual em relação ao trimestre anterior e meio ponto percentual na comparação com o mesmo período do ano passado.

Inadimplência

Segundo Luiz Carlos Angelotti, diretor executivo do banco, o índice manteve-se estável na comparação de um semestre para o outro e o pequenos acréscimo está diretamente relacionado ao crescimento da inadimplência no segmento de grandes empresas.

“Estamos confiantes que haverá nos próximos trimestres uma queda gradativa desse índice. Não existe nenhuma preocupação com relação a esse crescimento no período. Trata-se de um fato isolado que aconteceu no trimestre, mas existe uma tendência de queda”, afirmou o executivo. 


Recentemente, Angelloti havia afirmado à imprensa que o índice já deveria ser menor no segundo trimestre do ano. O Bradesco esperava que o índice caísse de 4,1%, registrado no primeiro trimestre, para 3,9% ou 3,8% no segundo trimestre do ano – o que de fato não aconteceu.

Provisões para devedores duvidosos

No segundo trimestre, a despesa com provisões para devedores duvidosos somou 3,4 bilhões de reais, aumento de 10% na comparação com o primeiro período do ano. No acumulado do ano, a despesa cresceu 35%.

De acordo com o balanço do banco, um dos fatores que levou o Bradesco a reforçar as provisões, foi a expectativa de perdas nos empréstimos a determinadas empresas, que se encontram em processo de reestruturação de dívida.

O resultado total das provisões para devedores duvidosos do Bradesco no final do primeiro semestre foi de 20,7 bilhões de reais.

Resultados

No período, o lucro líquido do Bradesco somou 2,8 bilhões de reais, crescimento de 1,7% em relação ao mesmo período do ano passado. No semestre, os ganhos do banco cresceram 2,5%, totalizando 5,6 bilhões de reais.

O Bradesco terminou o segundo trimestre com ativos totais de 830,5 bilhões reais, crescimento de mais de 20% nos últimos 12 meses. O patrimônio líquido do banco ficou em 63,9 bilhões de reais, alta de 21%.

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