O destaque foram os empréstimos para empresas, que saltaram 27,6% (Egberto Nogueira/EXAME)
Da Redação
Publicado em 27 de julho de 2011 às 09h44.
São Paulo - Maiores margens nos empréstimos e nas receitas com taxas, em meio à ainda forte expansão do crédito, fizeram o Bradesco superar a rentabilidade prevista por analistas no segundo trimestre.
O segundo maior banco privado do país reportou na manhã desta quarta-feira que teve lucro líquido de 2,785 bilhões de reais no período, valor 15,8 por cento maior ante igual etapa de 2010. O número veio praticamente em linha com a previsão média de nove analistas consultados pela Reuters, de 2,802 bilhões de reais.
O resultado refletiu a atividade ainda forte nas operações de crédito, que cresceram 23,1 por cento na comparação anual, para 319,8 bilhões de reais, mesmo num cenário de aumento dos juros e medidas do governo para tentar conter o ritmo de expansão dos financiamentos.
A expansão segue acima da faixa de crescimento estimada pelo próprio banco para o acumulado de 2011, de 15 a 19 por cento.
O destaque foram os empréstimos para empresas, que saltaram 27,6 por cento. Já as concessões para pessoas físicas, principal alvo governamental em meio à escalada da inflação, aumentaram 14,6 por cento, na comparação anual.
O Bradesco ainda conseguiu turbinar os resultados ao obter um aumento das margens financeiras e de 15,3 por cento das receitas com prestação de serviços.
Em relatório, o banco atribuiu o faturamento maior com tarifas ao aumento de receitas com cartões de crédito, a ganhos maiores com operações no mercado de capitais e a maiores volumes de operações de crédito, além de mais receitas com cobrança.
Além disso, a instituição conseguiu controlar a inadimplência, que ficou em 3,7 por cento, abaixo dos 4 por cento no segundo quarto de 2010. Por isso, as despesas com provisões para perdas esperadas com calotes, de 2,44 bilhões de reais, evoluíram apenas 12,8 por cento na comparação anual, em ritmo menor do que a expansão da carteira.
Assim, a rentabilidade do Bradesco sobre o patrimônio, importante indicador de desempenho no setor bancário, ficou em 23,2 por cento, subindo 0,4 ponto percentual, e acima dos 21,9 por cento esperados por analistas.
No final de junho, os ativos totais do grupo somavam 689,3 bilhões de reais, avanço de 23,5 por cento em 12 meses.